sexta-feira, 16 de setembro de 2011

“NÓ NA ORELHA” NOVO CD DE "CRIOLO" ROUBA NOSSOS CORAÇÕES.






Ele também é conhecido por “Criolo Doido” campositor que traduz a periferia da Cidade de São Paulo como nenhum outro, eu prefiro só chama-lo de “CRIOLO”, doce poeta que bebe na fonte de Adoniran Barboza e a voz me lembra a de Wilson Simonal com um balanço cheio de brasilidade.

A voz de CRIOLO me chega ao ouvido trazendo docilidade, por mais que suas composições retratem a crueldade das ruas da periferia de nossa cidade há um “que” de afeto a emanar de sua voz, ele consegue produzir a partir de uma área periferica localizada ao sul da cidade, mas precisamente, na região do Grajáu.

Doce irmão, mano, camarada é assim que imagino este cantor que me chegou através da curiosidade que sentia em poder ver algo de novo neste cenário músical que é tão pautado pelas vozes femininas e pelas composições que andam cada vez mais fracas, CRIOLO é forte e punjante consegue juntar a virilidade e a doçura, afinal é esta a imagem de São Paulo que trago em mim.

... Tem uns menino bom novo hoje aí na rua, pra lá e pra cá, que corre pelo certo.. Mas já tem uns também que eu vou te falar, viu.. só por Deus, viu! Ave Maria! ... este é um trecho da canção “Subirusdoistiozin” presente no CD “Nó na Orelha” produzido por Marcelo Cabral e Daniel Ganjaman, lá a gente encontra 10 músicas compostas por CRIOLO e um remix da bela e dançante canção “Samba Sambei”.

Ainda bem que São Paulo produz tamanha sonoridade, CRIOLO é motivo de alegria neste cenário as vezes sem cor da música popular brasileira, é também a prova viva de que o rap, o hip hop estão completamente “juntos e misturados” na música popular brasileira.
Que a docilidade da voz de CRIOLO e a força de suas composições possam atingir os mais distantes pontos do Brasil e do mundo afinal ele tem muito a dizer.
Um certo encantamento me envolveu desde que ouvi o CD “Nó na Orelha” e é assim encantado que sigo feliz por ter aqui em casa este “Nó na orelha”.



Paulo Gonçalo dos Santos
Historiador / Pesquisador de MPB
paulogoncalo@uol.com.br

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

“ÁRIA AO VIVO” DEIXA DJAVAN AINDA MAIS SEDUTOR.







Não é atoa que o novo trabalho de Djavan lançado numa parceria de seu selo: Luanda Music com a gravadora Biscoito Fino trás como primeira canção a belíssima canção “Seduzir” de sua autoria que diz assim: ... Cantar é mover o dom, do fundo de uma paixão, seduzir, as pedras, catedrais, coração. Amar é perder o tom, nas comas da ilusão, revelar todo o sentido do andar, do voar pra ver o mundo. Nem que eu bebesse o mar encheria o que eu tenho de fundo ...

Pois é assim que esse alagoano que há muito tempo está na memória afetivo musical de grande parte dos brasileiros, nos arrebata em cada canção do CD/DVD “Ária ao vivo”, gravado no Grande Teatro do Palácio das Artes em Belo Horizonte em abril de 2011, com uma bela iluminação e figurinos que transformam Djavan no sedutor número “1” da MPB, em uma elegância raramente vista nos homens que estão no cenário músical de nosso Brasil.

Djavan nos presenteia com o melhor de seu repertório, parece mesmo que estamos fazendo um passeio pelo que de melhor este estupendo compositor produziu ao longo dos quase quarenta anos em que está na estrada, o repertório faz delirar qualquer fã da música brasileira.

É impossivel não se emocionar ao ouvi-lo interpretar “Lambada de Serpente” assim como é involuntário por se a cantarolar “Flor de Liz” este que é sem dúvida um dos maiores clássicos de nossa música, isso sem falar em “Faltando um pedaço”, “Sina”, “Pétala”, “Eu te devoro” e “Lilás”.

Além dessas canções que já são eternas, o lado interprete deste compositor esta presente nesta requintada produção, podemos apreciar sua interpretação para a canção flamenca “La noche”, assim como na mundialmente famosa “Fly me to the moon”, e em “Sabes mentir” , ainda temos o interprete a cantar: “Oração ao tempo” uma ôde ao tempo composta por Caetano Veloso.

E assim ao terminar de assistir/ouvir: “Ária ao vivo” fica aquela vontade louca de correr para a primeira fila do próximo show de Djavan.



Paulo Gonçalo dos Santos
Historiador / Pesquisador de MPB
paulogoncalo@uol.com.br

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

CERTAS CANÇÕES DE TUNAI SÃO ETERNAS.







A gravadora MZA de Marcos Mazolla coloca no mercado fonográfico nesta segunda metade de 2011 o CD chamado: “Eternamente” do cantor e compositor Tunai, onde ele faz uma retrospectiva de seus 30 anos de trabalho que o eternizaram no universo dos compositores mais populares de nosso cancioneiro.

Certas canções que ouço
Cabem tão dentro de mim
Que eprguntar carece
Como não fui eu quem fiz? ...

Esta canção acima gravada por Milton Nascimento e Caetano Veloso no primoroso LP (Long Play) de Milton nos anos 80 intitulado “Anima” serve como mostra da importância deste compositor para a música brasileira, mineiro e irmão de João Bosco sim este mesmo que escreveu “Corsário” entre tantas outras canções é irmão de Tunai.

Tunai emprestou suas canções para as mais refinadas e importantes vozes de nossa M.P.B. a começar pela maior voz de todas, a voz de Elis Regina, é de Tunai a maravilhosa canção: “As aparências enganam” em parceria com Sergio Natureza eles presentearam a cantora Elis Regina com esta perola que diz assim: ... as aparências engam aos que amam e aos que odeiam, porque o amor e o ódio se irmanam na geleira das paixões ...

Para este CD celebração dos 30 anos de carreira Tunai convidou para a regravação desta canção a cantora Simone e o cantor Milton Nascimento, belo registro que mostra o quanto as composições de Tunai se tornaram atemporais.

O CD “Eternamente” trás outras participações especiais como as de:Zelia Duncan, Jane Duboc, Patricia Melodi, Fernando Mansur, Jorge Vercillo, Chico Amaral, Dodô Moraes e Wagner Tiso.

E cabe a Zelia Duncan regravar um dos maiores sucessos que Tunai deu a Gal Costa nos anos 80, a canção que intitula o CD e que nos mostra o quanto Zélia Duncan é grande cantora, afinal quem não se lembra dos versos: ...

... Só mesmo o tempo pode revelar
O lado oculto das paixões
O que se foi e o que não passará
Inesqueciveis sensações ...

pois é assim que Tunai se tornou eterno e único em nossos corações. Salve Tunai!



Paulo Gonçalo dos Santos
Historiador / Pesquisador de MPB
paulogoncalo@uol.com.br

A TRILHA DA SÉRIE “AS CARIOCAS” É TOTALMENTE INCRÍVEL.







Impossível ficar impassível ao ouvir ao CD lançado pela Som Livre que trás a trilha da Série da Rede Globo de Televisão exibida no final do ano de 2010: “As Cariocas”, pois esta trilha é totalmente incrível, a começar pela bela composição feita por Pedro Luis intitulada “Bela Fera” e cantada por ele e o grupo AParede.

Fazia algum tempo que uma trilha sonora não me tocava tanto, confesso que não acompanhei a série quando passou na telinha, comprei o Box DVD porque percebi que havia a participação de Sonia Braga de quem sou fã há muitos anos, e desde o primeiro momento que coloquei o DVD para rodar fiquei extasiado com o que ia ouvindo.

Quem é capaz de resistir a uma canção que tem este refrão:

... Demorou, perdeu a vez
Vacilou, casa caiu
A bela é carioca
Mais é da cor do Brasil ...

Pois é assim durante o CD inteiro, um êxtase só, também a Supervisão Musical do CD é de ninguém menos que Olivia Byington e a direção musical de Pedro Luis, tinha mesmo que ser tão bom, e fica provado que é totalmente possível ter vida musical inteligente nas TV brasileira.

Estão presente no CD a bela gravação de Roberta Sá e Trio Madeira Brasil da canção: “To fora” extraído do CD que Roberta fez em homenagem a Roque Ferreira, também encontramos Martinália numa interpretação brejeirissima e cheia de sensualidade do já clássica canção de Paulinho Nogueira: “Menina”, é impagável a audição.

Estão presentes a grande Alcione e o samba atemporal de Jorge Aragão e Jotabe: “Malandro” , Marco Sacramento em uma interpretação primorosa de “Sem compromisso” de Geraldo Pereira e Nelson Trigueiro e um Marcelo D2 cantando o belo samba “A necessidade” além de participar como ator na série.

Surpresa grande e boa é Nina Becker cantando o super hit popular dos anos 90: “Só Love” em novo arranjo, que envolve o ouvinte e o fisga, também encontramos um exuberante Ney Matogrosso a cantar: “ Só o ôme” de Edenal Rodrigues, e podemos apreciar a bela voz de Olivia Byington na canção: “Tempo de Estio” de Caetano Veloso, enfim uma verdadeira obra prima!



Paulo Gonçalo dos Santos
Historiador / Pesquisador de MPB
paulogoncalo@uol.com.br

NOEL ROSA POR GILSON PERANZZETTA E MAURO SENISE.








A gravadora Biscoito Fino acaba de colocar a venda o registro do show que os grandes instrumentistas, Gilson Peranzzetta e Mauro Senise gravaram em outubro de 2010 no Teatro Sesc Ginástico – Rio de Janeiro homenageando os 100 anos de vida que Noel Rosa completaria se estivesse vivo.

Obra prima do requinte, o CD reascende a chama de idolatria a Noel Rosa, colocando luz a nuances nunca percebidas em suas composições que sabemos se tornaram atemporais e universais.

Gilson Peranzzetta ao piano e nos arranjos mostra-se mesmo um virtuose, é de fato uma alegria estar vivo na mesma época em que este músico habita também este planeta, a sonoridade que arranca do piano comove e toca o coração, lembro-me sempre de uma apresentação que assisti deste músico ao lado da grande Leny Andrade no Teatro Fecap em São Paulo há alguns anos, fiquei maravilhado.

Mauro Senise no sax alto e soprano e na flauta nos mostra como a música instrumental brasileira pode e deve ser comparada as melhores músicas instrumentais do mundo, com domínio pleno do oficio de “tocador”, Mauro Senise nos dá verdadeira aula do que é ser músico e mostra nos o que um músico pode fazer com seu insturmento, e tudo isso feito a partir da grande obra criada por Noel Rosa.

O CD conta com a participação requintada da cantora Alaíde Costa, icone da música brasileira, suas interpretações são sempre únicas e neste trabalho ajuda a ressaltar aos ouvidos a grandiosidade destes dois músicos brasileiros, que enchem o universo musical do mundo de orgulho e alegria!

Eis um CD que não pode faltar em coleção de nenhuma.



Paulo Gonçalo dos Santos
Historiador / Pesquisador de MPB
paulogoncalo@uol.com.br

ROBERTO RIBEIRO RENASCE PELA VOZ DE LEANDRO SAPUCAHY.








Meu primeiro contato com o cantor e compositor Roberto Ribeiro veio através do antigo “Long Play” (LP) da gravadora Odeon – “À la Bruxelles – Brasil Export 1973” lançado no ano de 1973 onde dividia os vocais com a cantora Simone e o violão de João de Aquino, item raro e já reeditado em CD.

Roberto Ribeiro teve carreira magnífica no mundo do samba era mesmo um verdadeiro bamba, lamentavelmente saiu de cena muito cedo no auge de sua produção musical, “fazedor” de inúmeros sucessos populares que até hoje estão em nossa memória afetivo musical. Talvez o maior destes sucessos ou um dos mairoes para ser justo com sua obra magnifica,seja a canção: “Todo menino é um rei”.

Eu já tinha ouvido falar muito do cantor, compositor e produtor musical Leandro Sapucahy e estava mesmo curioso e ansioso para ouvir seu trabalho , como a fixação por cantoras de nossa música popular fala sempre mais alto, fui protelando o momento de conhecer este cantor que nos anos 90 foi um dos mais importantes produtores musicais dos ditos "Grupo de Pagodes românticos"

O desejo em conhecê-lo ficou mais forte quando produziu o excelente CD “Samba Meu” da cantora Maria Rita. Pois bem em 2009 a gravadora Warner Music coloca no mercado fonográfico o CD “Leandro Sapucahy cantando Roberto Ribeiro” dentro do Projeto “Outras Vozes”, e é este o CD que não tem parado de tocar aqui em casa.

Leandro Sapucahy com este trabalho faz renascer um dos maiores compositores de nossa música, através de sua voz cheia de "jovialidade carioca" é possivel sentir o renascimento de Roberto Ribeiro. Poucos são os jovens cantores e compositores que sabem reverenciar o que é bom, e Leandro Sapuchay sabe!



Paulo Gonçalo dos Santos
Historiador / Pesquisador de MPB
paulogoncalo@uol.com.br

ALINE CALIXTO NOS PRESENTEIA COM FLORES MORENAS.




... Eu sou do Rio, sou gemada carioca
Sou campista, sou mineira
Sou cidadã brasileira...

É assim que a cantora Aline Calixto abre seu novo CD chamado “Flor Morena”, lançado pela Warner, uma belíssima composição do Mestre do samba Martinho da Vila, composto especialmente para este trabalho da cantora, que já é uma das grandes DIVAS da MPB da nova geração surgida e embalada no que há de melhor no universo musical brasileiro.

... Eu sou do Rio, sou gemada carioca
Sou campista, sou mineira
Sou cidadã brasileira...

E continua desta maneira numa composição de Arlindo Cruz, Zeca Pagodinho e Jr.Dom numa belíssima canção que ressalta as qualidades musicais e vocais de Aline Calixto permitindo lhe ser reverenciada por seus fãs como sendo o que há de melhor na nova safra do samba deste Brasil cheio de cantoras.

Aline segue festeira trazendo uma leveza as vezes escondida nas interpretações das cantoras que chegam e precisam logo imprimir uma marca às suas interpretações, com Aline temos a sensação de estarmos ouvindo apenas Aline. É que inexiste a preocupação em marcar terreno ou cravar sua personalidade em nossos ouvidos, Aline Calixto parece simplesmente ser uma cantora que sente muito prazer em cantar.

Deve ser por isso que entre tantos bambas que compareceram com suas canções neste trabalho tão lindo intitulado "Flor Morena" é na canção "ECUMENISMO" de Moacyr Luz e Nei Lopes que encontramos a melhor explicação para a audição eterna deste CD de Aline Calixto, afinal quem neste universo tão amplo de cantoras da M.P.B. teve a felicidade de poder soltar a voz em versos como estes:

... Um dia num abr em Santa Tereza
Pintou um montão de brabeza
Eu me mandei de lá
Depois fui prum samba em Santo Cristo
Cheguei lá feliz mas nisso
Baixou em mim Oyá
Dai a santa pintou e bordou ...

Paulo Gonçalo dos Santos
Historiador / Pesquisador de MPB
paulogoncalo@uol.com.br

SHOW 1º DE MAIO 1980 e 1981 SÃO VERDADEIROS DOCUMENTOS HISTÓRICOS.






O final da década de 70 e o inicio da década de 80 foram marcados por lutas pela retomada do regime democrático no Brasil, um veio destas lutas se deu no meio artistico, junto a nata da M.P.B capitaneados por Chico Buarque de Holanda e dirigido por Fernando Faro uma série de shows intitualdo “1º de MAIO” aconteceram, demarcando a importância da participação de nossos cantores e cantoras neste movimento que comemora 30 anos.

Estes shows estão cravados na memória de todos que amam a MPB e sobretudo amam a liberdade, dois destes shows foram registrados em audio e lançados no formato “Long Play” (LP) à época e haviam virado nos últimos anos item de colecionadores e frequentadores de sebos Brasil afora.

Agora já é possivel ter em casa essas relíquias da MPB graças a reedição em CD pelo selo DISCOBERTAS do grande pesquisador carioca Marcelo Froes, que caprichou na reedição dos dois show neste formato, estão lá parte dos shows de 1980 e 1981, com encarte caprichado cheio dos desenhos criados por Ziraldo para o psoter de divulgação entre os trabalhadores dos shows.

É possível ouvir o saudoso Gonzaguinha falar (sem imaginar a repercurssão posterior que causaria) sobre a bomba que explodira no estacionamento do Rio Centro (local na cidade do Rio de Janeiro onde os shows em homenagem aos trabalhadores aconteciam) sem dizer no prazer que é ouvir novamente Frenéticas, Alceu Valença, Milton Nascimento, Moraes Moreira, Sergio Ricardo, Boca Livre e Dorival Caymmi todos presentes no CD que traz o Show de 1º de Maio de 1981, infelizmente não temos ai o registro das participações marcantes de Simone, Fagner, Chico Buarque e outros tantos, mesmo assim é emocionante mergulhar naquela noite que por um triz não teve final trágico.

O CD que traz o Show 1º de Maio de 1980, traz o registro histórico da participação de Gal Costa, Dona Ivone Lara, Beth Carvalho e do grande Gonzaguinha e seu pai iniciando aprceria que rodaria o Brasil inteiro.

Salve a memória brasileira preservada e guardada com tanto carinho que se torna acessível as novas gerações graças ao selo Discobertas e ao Instituto Cravo Albim, eis quem devemos verenar sempre neste Brasil tão sem memória.


Paulo Gonçalo dos Santos
Historiador / Pesquisador de MPB
paulogoncalo@uol.com.br