quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

O CHEIRO DO BRASIL DE SANDRA DE SÁ



Este inicio de 2010 aponta para um ano de excelente produção musical neste nosso enorme Brasil, e logo no inicio do ano chegou as lojas o novo CD da cantora “Sandra de Sá” que estava há algum tempo sem gravar.

Sandra está mais alegre do que nunca e seu sorriso encantador está estampado nas fotos da capa do CD que se chama: “Africanatividade – Cheiro de Brasil” criadora do Música Preta brasileira, Sandra mexe em seu caldeirão musical canções que podem unir dois continentes numa só história. Sandra convida a participação musical “Seu Jorge”, “MC K” e “Ana Firmino” o que dá a este caldeirão uma sonoridade extremamente próxima ao que Sandra chama de “musica preta brasileira”, não pela etnia dos convidados mas pela musicalidade que todos possuem dando cor e tempero azeitado ao CD.

Somente duas canções não são de autoria de Sandra de Sá, uma delas um clássico da safra de Djavan: “Sina” que melodiosamente vai nos dizendo assim “... O luar, estrela do mar, o sol e o dom, quiçá, um dia a fúria desse front virá lapidar”. A outra que não é de autoria de Sandra se chama “África” de Gil Gerson e César Rossini e exalta o continente dizendo: “... África, mulher de raça antiga, África, mistério e magia, África, selvagem, amiga.”

As composições de autoria de Sandra reafirmam seu jeito de fazer musica já consolidado no cenário brasileiro há pelo menos uns 20 anos. Indo do romântico escancarado ao protesto sincero, Sandra de Sá mostra que sabe aonde quer chegar e chega sempre, sim! E é no duo com Seu Jorge que o Cd nos cativa a canção se chama “Baile no Asfalto” e diz assim: “... se a vida anda meio sem direção, o pensamento indo na contra mão, o amor sem paradeiro ...” .

O encontro das belas vozes nos mostra o quanto a África mora aqui dentro do Brasil.




Paulo Gonçalo dos Santos
Historiador / Pesquisador de MPB
paulogoncalo@uol.com.br

Andre L. M. Menezes
Revisão Afetiva

A HERANÇA DE OURO DA FAMILIA CORREA



Em junho de 2007, a família carioca Correa reuniu-se no Garden Hall (casa de shows do Rio de Janeiro) para fazer o primeiro registro em DVD de sua musicalidade. O resultado chegou às lojas em 2008 com o titulo “GoldHerança”, titulo de uma cação de Carlos Colla feita especialmente para o encontro da família.

Mas quem são os integrantes desta família tipicamente musical brasileira? Nada mais nada menos do que: Golden Boys, Evinha e o Trio Esperança. Todos marcaram o cancioneiro popular brasileiro nos anos 70 e 80 e carimba canções que se tornaram clássicos de nossa musica.

Afinadíssimos, com ouvido musical excelente, a produção de todos é de alta qualidade, agora mesmo em 2010 o Trio Esperança retornou ao CD com belíssimo trabalho lançado até o momento somente na França, onde tem residência fixa parte das mulheres da família Correa. Única a alçar vôo solo na família, a cantora Evinha chegou ao grande publico num dos Festivais Internacionais da Canção, promovidos pela Rede Globo.

A musica era; “Cantiga para Luciana” e imediatamente Evinha passou a ser a queridinha de todo povo brasileiro, a forma meiga com que interpretou a canção tonaram-se a irmã/prima que todos queríamos ao nosso lado. A canção está no DVD, obviamente. Evinha ainda interpreta sozinha no show as canções; “Teletema” enorme sucesso da abertura da primeira versão da novela “Anjo Mal” e a belíssima e atemporal “Casaco Marrom” que diz assim “... eu vou voltar aos velhos tempos de mim, vestir de novo meu casaco marrom ...”

Mas o DVD é aberto com uma seleção de sucessos do Trio Esperança que em sua primeira formação tinha Evinha nos vocais e que ao lançar-se solo foi substituída pela irmã mais nova, excelente cantora também. Estão lá as canções “Festa do Bolinha”, “Filme Triste” e o clássico “O Passo do Elefantinho”, entre tantas outras. Esta primeira parte do show é fechada com uma soberana interpretação de uma canção em japonês de autoria de um dos irmãos.

É de arrepiar. Fica para o final o bloco com canções do grupo Golden Boys sucesso na época da Jovem Guarda, trazendo a memória as emoções das jovens tardes dos domingos que não mais voltam.

Belo registro que vale estar entre os DVDs de nossas casas e como diz a canção “Goldenherança”: “... tudo era sol, era ré,mi, lá ... aí que saudade me dá ...”




Paulo Gonçalo dos Santos
Historiador / Pesquisador de MPB
paulogoncalo@uol.com.br

Andre L. M. Menezes
Revisão Afetiva