terça-feira, 25 de janeiro de 2011

UMA DAMA DE VERMELHO NAS NOITES DA MÚSICA BRASILEIRA.





















“... Ah! O amor muda tanto... parece que o encanto, o cotidiano desfaz ..”. é assim que Maria de Fátima Palha de Figueiredo abre o CD, que leva seu nome, e foi lançado no ano 2000 pela antiga gravadora WEA. Quem é ela? A mais querida dama de nossa canção: Fafá de Belém.

Em uma produção luxuosa com encarte belissimo a cantora inicio os anos 2000 com um CD caprichadissimo que deu origem a um especial do canal a cabo Multishow e que nunca foi comercializado (mas que deveria). De cores fortes, as canções traçam o perfil desta paraense que viveu durante muito tempo entre Brasil e Portugal.

Fafá de Belém, que iniciou a carreira nos anos 70 com uma força espetacular e atravessou os anos 80 como musa dos movimentos que clamavam pela volta da democracia para nosso pais tão calejado e que nos anos 90 flertou despudoradamente com a musica sertaneja popular e com os modismos da lambada, chega as portas do século XXI requintada neste CD que merece estar sempre por perto para não se parar de ouvir.

Lembro me de primeiro ver o especial do canal de tv e depois comprar o CD e quase furei a midia de tanto que ouvia, uma das canções era um classico de um cantor considerado o supra sumo do brega nos anos 70 e que em casa era muito ouvido quando eu era um garotinho perdido entre as histórias que mamãe contava sobre as cantoras e papai cantarolava todo domingo... qual a canção? Qual o cantor??

“... Hoje que a noite está calma e que minh’alma esperava por ti, apareceste afinal torturando este ser que te adora ..”. TORTURAS DE AMOR é a canção e o cantor e compositor Waldick Soriano - que recentemente foi içado por Patricia Pillar e revelado a todo o Brasil num belissimo documentário produzido pela atriz.

O CD conta com inúmeros classicos da canção brasileira e seus grandes compositores: os antigos e os mais novos, sendo esse o caso de Lenine que tem sua bela canção “A Medida da Paixão”, gravada por esta dama que sempre impressiona por sua força e sua garra.

Há duas semanas assisti a um show de Fafá de Belém aqui na cidade de São Paulo, no belissimo Auditório Ibirapuera projetado por Oscar Nieymaier todo branco e vermelho, até agora a voz poderosa de Fafá de Belém ecoa em meus ouvidos e em minha vida. Ela comemorava 35 anos de carreira e a nós só cabe venerar esta DAMA DA CANÇÃO BRASILEIRA que tem a cor da paixão cravada na garganta.



Paulo Gonçalo dos Santos
Historiador / Pesquisador de MPB
paulogoncalo@uol.com.br
Andre L. M. Menezes
Revisão Afetiva

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

OS RAIOS DE LUZ DE UMA ESTRELA DA M.P.B.




Simone – Elegante e sensual, ela cantava para o público e seus amores! Uma mulher apaixonante, eclética, moderna e sempre apaixonada. É assim que Ricardo Amaral na página 418 de seu livro “Vaudeville - Memórias” da Editora Leya descreve a cantora que aprendemos conhecer como Cigarra que há quase quarenta anos solta a voz e canta para o Brasil e o mundo.

No finalzinho de minhas férias no verão quente deste inicio de 2011, tirando o pó de inumeros cds me deparo com um ali meio esquecido entre tantos de Simone chamado “Raio de Luz”, da antiga gravadora Columbia/CBS hoje Sony Music, e ao ouvi-lo muitas foram as memórias que saltaram e ganharam forma em minha frente.

Minha vida sempre foi embalada pela voz de Simone e de tantas outras cantoras da MPB, e o que era uma audição despretensiosa foi ganhando cores e sabores e, sobretudo, alegrias em poder fazer reascender pleno o amor por esta figura impar de nossa música popular.

Numa das faixas Simone canta “... é que as mulheres sempre estão, é que as mulheres sempre dão, é que as mulheres sempre são, sempre serão ..”. É isso! Simone é atemporal, única.

O cd traz os melhores compositores de nosso cancioneiro, estão nele: Cristovão Bastos , Abel Silva, Ivan Lins, Vitor Martins, Pablo Milanes, Chico Buarque, Wagner Tiso e Ronaldo Bastos , Renato Russo, Jair Amorim, Evaldo Gouveia, Gonzaguinha e Fatima Guedes, numa mistura que só Simone consegue fazer.

Com hits que tocaram exaustivamente nas rádios e com interpretações que passaram despercebidas o cd “Raio de Luz” nasceu clássico, obviamente um clássico de Simone e como diz Fatima Guedes através desta voz que me acompanha a tanto tempo “... ah amar você (Simone) é também amar este mundo”.



Paulo Gonçalo dos Santos
Historiador / Pesquisador de MPB
paulogoncalo@uol.com.br
Andre L. M. Menezes
Revisão Afetiva

domingo, 23 de janeiro de 2011

QUE TODAS AS FORÇAS DA NATUREZA PROTEJAM ESTA "JOIA MODERNA" QUE ACABA DE NASCER! Uma nova gravadora para um novo tempo!


* Copiado do site do DJ Zé Pedro http://djzepedro.uol.com.br/web/texto/


Ontem de manhã quando acordei, olhei a vida e me espantei: minha gravadora Jóia Moderna chegava ao mercado. Mas afinal de contas por que eu tomei essa iniciativa tão inesperada e romântica ?

A criança que eu fui ouvindo e assistindo a esse enorme e, muitas vezes inexplorado, mundo de cantoras que existe nesse país, sempre me causou amor e dor: de um lado um orgulho irrestrito dessas vozes que me mostram diariamente que a música no Brasil é muito mais que um bando de três ou quatro que insistem em nos mostrar composições medíocres, dubiedades sexuais vulgares e talentos que enchem ginásios e teatros mas não dizem nada. Habitam também,aqui nesse nosso território, uma imensidão de mulheres que trazem consigo uma bagagem de boas intenções, uma musicalidade nata nas veias, uma emoção de mil watts e que o mercado insiste em desprezar e maltratar. Algumas desistiram depois de tanto suor e lágrimas, outras nem chegaram a nascer, diante de tanto descaso e necessidade de revelar apenas o efêmero. E foi assim que eu resolvi fazer justiça com as próprias mãos. Nasceu então a Jóia Moderna.

Há algum tempo que acompanho de perto o trabalho incansável e muito bem realizado do produtor Thiago Marques Luiz, um moleque de trinta anos que poderia muito bem estar aproveitando sua vida atrás do trio elétrico ou escutando no seu Ipod imbecilidades cuspidas pelas rádios de hoje e que teve a insana e maravilhosa decisão de viver de música no Brasil, iluminando vozes que ficaram para trás no passado de nossa história musical ou recriando antigos compositores como Ataulfo Alves e Adoniran Barbosa em sensacionais discos/tributos que sempre misturam a velha e a jovem guarda da MPB. Fomos nos aproximando por afinidades, desenvolvendo idéias em comum e chegamos à decisão de que, para realmente sacudirmos a mesmice, o jeito seria termos nosso próprio terreno para a execução de alguns sonhos. E aqui está a Jóia Moderna.

O primeiro fruto gerado dessa comunhão musical entre eu e Thiago é o tributo de quatorze vozes femininas interpretando Taiguara, o compositor das multidões no Brasil dos anos sessenta e setenta e o, esquecido ou quase desconhecido, artista que ele se tornou após esse período, nesse país que seguiu em frente e deixou para trás seus artistas geniais. Muitas vezes ligávamos para algumas cantoras e nos sentíamos dois idiotas insistentes, porque muitas não conheciam Taiguara e se mostravam confusas entre aceitar ou recusar o convite por insegurança ou por desconfiarem de não estarem gravando algo que lhes gerasse uma mídia imediata ( necessidade que muitas tem hoje em dia, escravas do sucesso de quinze minuto). Ao mesmo tempo , outras cantoras que presenciaram e sempre souberam da força das composições de Taiguara, mantinham em seus cofres fechados, uma antipatia afetiva com ele e se recusavam a cantar sua obra por motivos pessoais. E assim fomos enfrentando esses moinhos de impossibilidades e conseguimos fazer um disco de resultado, espero eu, emocionante e iluminador dessas canções que eu, ainda menino com minha mãe , aprendi a cantar e ouvir. Vozes emocionantes como Fafá de Belém , Claudette Soares e Evinha somadas a promessas de um novo mundo como Verônica Ferriani, Luciana Mello e Aretha fizeram desse disco um ato de criação e emoção.



Cida Moreira é cantora dos amores perdidos, das alegrias pouco comuns e das dores irreparáveis. Despreza em seu repertório doçuras fáceis e suavidades banais. E foi assim que escolhi essa voz para ser a companheira do meu quarto de adolescente, das minhas noites mais difíceis, dos meus dias ensolarados cheios de nuvens negras. Os discos de Cida Moreira são para pensar. Nem pense em lavar a louça e deixar sua voz ao fundo, você não terá sossego. Cida Moreira é para refletir. Depois de Cartola, trilhas de cinema, registros camerísticos e muitos mergulhos na obra de Tom Waits e Kurt Weill, ela retorna ao mercado com o álbum que carimba, definitivamente sua biografia musical: A Dama Indigna. Gravado em duas sessões ininterruptas de suor e lágrimas, Cida cantou o que quis e o que nem ousaríamos pedir. Aquele Chico Buarque que tanto queríamos ouvir em sua voz, está aqui. Uma Amy Winehouse que todos pediríamos de joelhos para ela interpretar, também aparece nesse disco. E entre essas duas citadas, um rio de emoções e seus afluentes: Caetano Veloso, Jards Macalé, David Bowie e George Gershwim. Tudo misturado e intenso como só Cida Moreira sabe cantar e viver.

Zezé Motta é uma atriz para a maioria dos brasileiros. Zezé Motta é uma cantora para os mais atentos. Zezé Motta é fundamental. Seu primeiro álbum solo é de 1978, uma jóia rara para quem o conheceu. Ali Zezé misturava com propriedade, nobreza e personalidade canções de Rita Lee, Moraes Moreira, Gilberto Gil e....Luiz Melodia que lhe deu seu primeiro grande sucesso, a balada Dores de Amores. Anos mais tarde, em seu terceiro disco, Zezé gravaria uma canção emblemática e cultuada chamada Sem Essa de....Jards Macalé. Então a idéia que eu e Thiago havíamos tido de Zezé gravar a obra de Macalé e Melodia, já era uma lâmpada acesa desde sempre na vida musical dessa voz potente e iluminada. E foi assim, que numa bela tarde de bons presságios, ligamos para Zezé e a convidamos para viver esse sonho de gravar um disco misturando a obra desses dois compositores que são malditos para muitos e geniais para quem gosta de boa música. Chamamos três jovens cabeludos e maravilhosos que criaram arranjos tropicalistas, abusados e inesperados para canções que sempre estiveram no inconsciente musical de Zezé e que ela toma coragem agora de gravar e jogar para o mundo. Salve a negra melodia de Zezé Motta !

A cantora Silvia Maria é uma aparição bissexta na música brasileira. Seu primeiro disco é de 1973, seu segundo registro é de 1980 e assim se passaram 30 anos sem eu ver seu rosto, sem ouvir sua voz. Até que um dia recebo um telefone do meu amigo e produtor Thiago Marques me convidando para o inevitável: um show de Silvia Maria num escondido e pequeno auditório dentro do estacionamento do Memorial da América Latina aqui em São Paulo chamado Sala dos Espelhos . Ali, sentado de frente para um minúsculo palco, assisti ao show que minha alma e meus ouvidos pediam há muito tempo. Ao final, feito uma criança mimada que não aceita recusas, convenci, em tom de fúria e emoção, Silvia Maria a gravar esse disco que se chama, não por acaso, Ave Rara. O cristal potente de sua voz e o repertório irrepreensível dessa intérprete vai levar você de volta para o antigo mundo das exigências, um tempo em que o público pedia boa música e recebia em troca relíquias musicais para toda a vida. Todos os compositores escolhidos por Silvia para estarem nesse disco são dignos dos nossos maiores aplausos: Milton Nascimento, Baden Powell, Eduardo Gudin e Vinicius de Moraes. Silvia Maria voltou. Dessa vez para sempre, se Deus quiser, como dizia aquele antigo samba-canção.

E aí estão meus quatro primeiros sonhos de menino chegando às lojas, corações e ouvidos do Brasil. E minha cabeça não para: imagino novos discos, relembro cantoras escondidas no escaninho do meu coração e fico atento aos novos talentos que não param de chegar. Porque o Brasil é um celeiro de cantoras. Um país feito de vozes que clamam por espaço e liberdade. A Jóia Moderna está aí para ser mais um espaço de manifestação para essas mulheres. Para essas insistentes sonhadoras que, como eu, ainda acreditam que essa terra, um dia, vai cumprir seu ideal.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

A ESTRELA PRIMEIRA DA CANTORA CÉU
















A gravadora Universal colocou no final de 2011 no mercado de CD/DVDs a edição do primeiro trabalho da cantora Céu, com um DVD que reune suas participações mundo afora no ano de 2006, incluindo um belo Programa Ensaio do diretor Fernando Faro exibido na metado deste ano pela TV Cultura de Sâo Paulo.

Passados quase cinco anos da aparição desta magnifica cantora que já chegou cool no cenário jovem da MPB (que as vezes fica tão “over” e cheio de maneirismos) que é possivel confirmar o talento incontestavel desta cantora que deve ter longa carreira no universo musical do mundo.

Céu é a primeira cantora brasileira que nasceu dentro do perfil da “world music” tanto que entre as imagens do DVD podemos ver uma bonita apresentação sua em Amsterdan acompanhando a Singonetta de lá. Estilosa, vai construindo a imagem de DIVA internacional, coisa que nenhuma das cantoras surgidas na última déca pode querer alcançar.

Um belo videoclip para a canção “RODA” de autoria de Céu e Veto Villares também estão no DVD, este registro reafirma a tendencia do mercado fonográfico de nunca mais separar imagem do som. Isto é o que há de mais incrivel nos novos tempos.

Céu é belissima e nascida em familia musical; tem um irmão cantor: Diogo Poças que carrega o mesmo charme musical que ela tras em suas aparições...Sim, Céu como toda diva que se preza faz aparições inacreditáeis, que encantam e embelezam a vida de seus admiradores e dos amantes da boa música.



Paulo Gonçalo dos Santos
Historiador / Pesquisador de MPB
paulogoncalo@uol.com.br
Andre L. M. Menezes
Revisão Afetiva

domingo, 16 de janeiro de 2011

O ALTAR PARTICULAR DE MARIA GADÚ













A cantora que foi apresentada ao grande publico graças ao olhar atento e certeiro do diretor de Tv Jayme Monjardim que é filho de uma das maiores cantoras que nosso Brasil já teve, Maysa.

Há quem decore a vida na ponta da lingua, outros rabiscam o próximo passo na ponta do acaso... É assim que o poeta e multimidia Caio Sóh registrou seus espontaneos e belos escritos ao longo do show que Maria Gadú apresntava e que hora chega ao grande publico em CD/DVD que sai com tiragem de megavendagem: mais de 40 mil copias.

Maria Gadú estreou com várias canções de sua autoria após ser apresentada por Jayme Monjardim durante a exibição da minisseria que retatava a vida da cantora Maysa Matarazzo, cantando “Ne Me Quitte Pas” com perfeição que certamente emocionaria até mesmo Maysa, interprete perfeita desta canção.

O show é baseado no primeiro CD de Maria Gadú e por ter tocado muito anos rádios várias de suas canções são acompanhadas a plenos pulmões pela plateia que mostrar querer transformar Gadú num especie de ‘DIVA-cabeça’ pós- Ana Carolina.

Um dos momentos altos entre vários do DVD está a interpretação emocionada da canção “Dona Cila”, feita para sua avó que já morreu, enquanto canta um clipe extremamente bem cuidado vai sendo exibido mostrando a ligação da menina Gadú com sua avó Cila. É de fazer rolar lagrimas. Atrevo-me a dizer que a meu ver é o momento em video da MPB mais terno que tenho conhecimento.

O DVD/CD tem o nome da cantora e faz parte do Projeto do canal a cabo Multishow numa séries intitulada “Ao Vivo”, com capa discreta que aposta no bom gosto e refinamento, assim como a escolha dos convidados em sua maioria jovens que num futuro tão proximo poderão dar novos rumos a nossa música.

Maria Gadú é um presente para as novas gerações e é cria da turma que cresceu idolatrando a cantora e Diva dos anos 90: Marisa Monte. Tudo indica que Gadú aprendeu bem as lições de La Monte.

Compositora de mão cheia, suas canções são belissimas e não trazem aquela certa histeria que as canções de tantas outras grandes estrelas da MPB insistem em colocar em suas letras.

Nos extras, para espanto de muitos, está registrado o duo de Gadú com a cantora Sandy... Sim esta mesma, da dupla Sandy e Jr, e não podemos esquecer que Gadú é muito jovem. Hoje, anda dividindo os palcos deste Brasilzão por ai a fora com Caetano veloso, prova de que aprende rápido a respeito das boas companhias.



Paulo Gonçalo dos Santos
Historiador / Pesquisador de MPB
paulogoncalo@uol.com.br
Andre L. M. Menezes
Revisão Afetiva

IVETE SANGALO: A CARMEN MIRANDA DO SÉCULO XXI




Ao contrário do que aconteceu com Carmen Miranda no século XX, que foi convidada e tornou-se a maior estrela sul americana em Hollywood, a cantora baiana Ivete Sangalo - consagradissima no território do axé music em nosso Brasil - convidou-se para se lançar no disputadissimo mercado do showbises americanos.

E fez isso podendo, afinal, tudo que Ivete Sangalo acumulou ao longo da bem sucedida carreira deu-lhe condições de alugar o Madison Square Garden, o templo respeitado e utilizado por todos os astros e estrelas pops da terra, e o fez para apresentar-se de maneira calculada ao mundo.

O resultado desta façanha chegou aos atraves de um canal de TV a cabo brasileiro em meados de dezembro de 2010 e em seguida foi colocado a venda o CD/DVD “IS – Multishow ao Vivo – Ivete Sangalo no Madison Square Garden”, uma mega produção que msotra a respeitabilidade da cantora junto as grandes gravadoras.

Ivete Sangalo desliza com tranquilidade pelos mais de 90 minutos do espetaculo, esta tão à vontade quanto fica a comandar o carnaval pelas mais variadas cidades do Brasil, interage com a imensa platéia em portugues, ingles e espanhol, como se falasse as tres linguas diariamente. Canta inclusive nas três linguas.

Estão lá em participações para lá de especiais: Juanes, Seu Jorge, Diego Torres e Nelly Furtado numa mistura que só faz trazer ainda mais cor para a voz e o espetaculo de Ivete Sangalo. Certamente, os americanos e os donos do show busines mundial devem ter pensado que bem que poderia ter partido deles a iniciativa do lançamento mundial da cantora.

Para nossostros brasileños fica a alegria de ver uma figura tão popular em nosso país abrindo com o peito e a raça, caminho para sua carreira passar e invadir as praias de outros lugares deste mundão. Como Carmen Miranda, a portuguesa mais brasileira de todos os tempos, Ivete Sangalo tem coragem e fez bonito, certamente o palco do Madison Square Garden não esqueçera esta passagem de Ivete Sangalo por lá e que outras muitas acontecem pelo mundo afora nos próximos anos.



Paulo Gonçalo dos Santos
Historiador / Pesquisador de MPB
paulogoncalo@uol.com.br
Andre L. M. Menezes
Revisão Afetiva

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

A FESTA DE GILBERTO GIL É CHEIA DE FÉ.





Acabo de assistir ao DVD “Fé na Festa – ao Vivo” do cantor e compositor Gilberto Gil distribuido no final de 2010 pela gravadora Universal Music e gravado no Retiro dos Artistas no Rio de Janeiro, com músicos geniais como Arthur Maia, Toninho Ferraguchi entre outros bambas, e a participação para lá de especialisssima do sanfoneiro nº 1 do Brasil: Dominguinhos.

Gilberto Gil inicia o show dedicando-o a duas cantoras maravilhosas e tão esquecidas que hoje vivem no Retiro dos Artistas (lugar que há muito tempo abriga artistas de todas as áreas que já não tem onde viver dignamente) são elas: Carminha Mascarenhas e Carmélia Alves numa homenagem apra lá de merecida.

A idéia de gravar o DVD numa especie de quermece junina me pareceu, desde o inicio, genial e escolher este local para realizar a gravação mostra mesmo que nenhum dos grandes artistas brasileiros, tem tamanha preocupação social... Talvéz Chico Buarque possa se igualar a ele.

Gilberto Gil é de longe o mais querido e popular dos compositores de sua geração. Sempre apresentou suas canções com sutilesas, alegrias e emoções misturadas a ritmos e swings que não deixam absolutamente ninguém sem mecher os quadris ou balançar e sacudir os pés e pernas.

E passados tantos anos de seu começo ele continua o mais querido. O DVD é baseado no CD que Gilberto Gil lançou no meio do ano de 2010 para ser ouvido e tocado nas festas juninas de nosso Brasil, com composições novas ele nos mostrava o quanto o ex ministro continua eximio compositor.

A decoração do Retiro dos Artistas nos leva a um mergulho nas festas juninas que permanecem gurdadas com cores, sons e sabores em algum lugar dentro de cada um de nos brasileiros, é quase possivel sentir o cheiro da fogueira enquanto se assisti ao DVD “Fé na Festa – ao Vivo”.

A participação imensa de Dominguinhos é apra lá de singela, diria mesmo que chega a ser comovente vê-lo sentado no fundo do palco a acompanhar Gilberto Gil. Na verdade, ao acabar de assistir, dá uma vontade de quero mais.

Gil permanesse como nosso grande xodó, o xodó numero um da M.P.B.


Paulo Gonçalo dos Santos
Historiador / Pesquisador de MPB
paulogoncalo@uol.com.br
Andre L. M. Menezes
Revisão Afetiva

domingo, 9 de janeiro de 2011

OS FRANCISCOS DO BRASIL NA VOZ DE MATEUS SARTORI.




O cantor Mateus Sartori já habita minha coleção de cd’s desde que me deparei com seu tributo ao compositor Dorival Caymmi, naquele momento ele me fisgou, afinal que cantor é este que logo no inicio de carreira resolve escolher uma das mais emblemáticas figura de nossa M.P.B. para prestar tão maravilhosa homenagem?

Mateus Sartori, nasceu no interior de São Paulo e vem se dedicando ao estudo da música há um bom tempo o que só tem feito muito bem a ele e sua voz e sobretudo a nós apreciadores das belas composições do cancioneiro de nossa Brasil e das belas vozes que nos encantam ao longo da vida.

Este trabalho que comento é um CD impecavel a começas pela concepção gráfica esmerada e belissima, totalmente diferente de quaisquer outras apresentações neste tipo de midia musical, depois pela seleção do repertório pinçado a dedo e da melhor qualidade.

Neste trabalho Mateus Sartori mergulha no universo musical de um grupo seleto de compositores brasileiros que chamam se Francisco, estão na seleção músical os: Ferreira da Silva, o Buarque de Holanda, o José, o César Gonçalves, o Eduardo Fagundos Amara, o Bosco, o Queirós Matoso, o Anysio, Saraiva da Silva e o Pinheiro, o CD conta com as participações de Chico César e Chico Pinheiro.

Bem não vou dizer aqui quem é quem pois afora o Buarque de Holanda não saberemos quem são os outros se não ouvirmos suas canções e que canções, deixo para que adquiram este maravilhoso trabalho e curtam em casa com tranquilidade e alegria, pois a voz tão bela de Mateus Sartori arrebata nos para mergulhos indiscritiveis ao universo destes grandes compositores brasileiros que quis a vida recebessem como primeiro nome: FRANCISCO.




Paulo Gonçalo dos Santos
Historiador / Pesquisador de MPB
paulogoncalo@uol.com.br
Andre L. M. Menezes
Revisão Afetiva

QUANDO O CANTO É REZA, ROBERTA SÁ CANTA E REZA PARA TODOS NÓS




Roberta Sá, esta cantora brasileira nascida em Natal, lá no Rio Grande do Norte - um dos mais belos cenários do Nordeste deste nosso imenso país - já havia nos conquistado com seus trabalhos onde mostrava ter vindo pra ficar. Seu refinamento e sua simplicidade cativaram a todos e fez nos acreditar que estavamos diante do nascimento de uma grande DIVA de nossa canção.

Ao lançar o CD “Quando o Canto é Reza”, baseado na obra do compositor Roque Ferrera, um dos maiores compositores do samba baiano, ao lado de Riachão, Batatinha, Nelson Rufino e outros , representa o que há de melhor qualidade na música baiana, só nos garante que não erramos é mesmo Roberta Sá uma DIVA soberana.

A preocupação de uma jovem cantora de nosso cancioneiro em resgatar e perpetuar com sua voz a obra de um compositor pouco gravado é uma das maneiras de nos apercebermos o quanto talento tem Roberta Sá, o quanto entende da boa música e o quanto está interessada em cosntruir uma solida história dentro da M.P.B.

Conheci Roque Ferreira na voz de Clara Nunes e depois foi Maria Bethânia que foi me dando noticias deles através de suas gravações sempre da melhor qualidade, e agora esta bela e jovem cantora de doce voz dá nova cor e vida ao trabalho de Roque Ferreira.

Li em algum lugar (não me lembro onde) que havia indicios de que o compositor Roque Ferreira não havia gostado do resultado do CD de Roberta Sá. Creio que foi leitura errada, impossivel que ele não tenha gostado do resultado das canções: “Mandinho”, “Chita Fina”, “Menino”, “Tô fora”, “A mão do Amor”, “Água da Minha Sede” e outras na voz desta que é, sem duvida, a mais itneressante DIVA surgida neste novo século.

Pois quando o canto é reza nossa Roberta Sá canta e reza da maneira mais linda.



Paulo Gonçalo dos Santos
Historiador / Pesquisador de MPB
paulogoncalo@uol.com.br
Andre L. M. Menezes
Revisão Afetiva

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

NANDO REIS O RUIVÃO CAÍ NO BAILÃO.




Aprendi a gostar de Nando Reis por suas parceirias únicas com Marisa Monte que trouxe pra minha vida uma quantidade enorme de emoções além de embalar muitas das histórias que o tempo vem guardando em lugares singelos dentro de mim “... Para calar a boca: rícino / Pra lavar a roupa: omo / Para viagem longa: jato / Para difíceis contas: calculadora ...”

E depois, a paixão pelo trabalho de Nando Reis retoma a força quando de suas parceirias com outra grande mulher de nossa música: Cássia Eller. A força com que Cássia cantava as composições de Nando Reis chegavam a tocar minh’alma tamanha as sensações que me provocavam ao ouvir “...Não digo que não me surpreendi / Antes que eu visse, você disse / E eu não pude acreditar / Mas você pode ter certeza / De que seu telefone irá tocar / Em sua nova casa / Que abriga agora a trilha / Incluída nessa minha conversão ...”

Agora me deparo com um DVD lançado pela Universal chamado “O Bailão do Ruivão” onde Nando Reis mostra a todos nós quais os seus gostos musicais, e, sobretudo, aquilo que gosta de cantar e que ajudou a sua formação músical. É um DVD que transborda leveza e alegrias. É bom de ver e ouvir, tudo está ali.

O repertório deste DVD é ecletico no sentido literal da palavra, assim como écleticas são as participações especiais... Magnificas são as participações de Zafenate cantando “Could You be Loved”; de Micheline Cardoso - back vocal da banda que acompanha Nando Reis - e que canta maravilhosamente e de Joelma e Chimbinha no duo que nos trouxe de volta o hit mundial “Chorando se Foi” mostrando-nos que o Titã também caiu na onda da lambada nos idos anos 90, alias, quem de nós não caiu?

Buscando no pai a justificativa para trazer o universo da música sertaneja ao palco de seu bailão o que destoa mesmo são os convidados Zezé de Camargo e Luciano, que nada tem a ver, nem com o universo de música de raiz evocada por Nando Reis em sua fala, e muito menos com a qualidade da música sertaneja que tanto amamos, certamente estão por lá apenas por uma questão mercadológica, enfim, o Bailão do Ruivão está açima destas duplas ‘caça niqueis’ de nossa música.

Nando Reis está definitivamente cravado em nossos corações, afinal, quem não se orgulha de ter um bailão como este alegrando o Brasil inteiro?




Paulo Gonçalo dos Santos
Historiador / Pesquisador de MPB
paulogoncalo@uol.com.br
Andre L. M. Menezes
Revisão Afetiva

ORNELLA VANONI E A ITÁLIA QUE VIVE EM NÓS.















Afora as novelas oportunistas que ao longo da história da televisão brasileira exoploram nossa profunda identificação com o povo italiano, a sonoridade da pronuncia das palabras e o cantar em italiano vem fascinando gerações após gerações neste nosso Brasil que tem como sua maior beleza seus braços abertos a todas as nações.

A Itália é um país extremamente músical, e vários de nossos e nossas grandes interpretes tem emprestado suas vozes para o cancioneiro deste país fazendo com que fiquemos ainda mais proximos. O contrário também é verdadeiro, e varias vezes na história recente artistas italianos puseram se a cantar nosso cancioneiro.

No periodo duro do regime militar no Brasil vários foram os cantores que se refugiram na Itália, entre eles Chico Buarque de Holanda e sua familia, e Vinicius de Morares e Toquinho. Este periodo vivendo na Itália aproximou nossas músicas e neste momento ganhamos a excepcional cantora ORNELLA VANONI, uma atriz brilhante que transformou-se em cantora respeitada na Italia.

Ornella Vanoni tornou-se amiga de Vinicius de Moraes chegando a gravar com este um belissimo LP, mas aqui quero falar de um magnifico espetaculo musical lançado em DVD pela Coqueiro Verde Records que nos traz Ornella nos ano de 1982 num espetáculo gravado para o canal de tv italo-suiço RTSI.

Além da bela voz e da bela figura que encanta em todos os momentos a alegria é mesmo ver um bloco inteiro dedicado a nossa música, mas o que vemos não é uma cantora italiana cantando musicas brasileiras em portugues, vimos uma dama da canção italiana cantando em italiano canções brasileiras, e isso é fantásticamente belo.

Estão no repertorio de Ornella as canções: “Detalhes” e “Sentado a Beira do Caminho” de Roberto e Erasmo Carlos, “Canta, Canta Minha Gente” de Martinho da Vila, “Se Ela Quisesse” de Vinicius de Moraes e Toquinho, “Tristeza” de Haroldo Lobo e Niltinho e “Samba Suor e Cerveja” de Caetano Veloso.

Para ter orgulho de nossas canções torna-se fundamental ter entre as coleções o DVD “Concerti liver@RTSI Televisione Svizzero ORNELLA VANONI 5 Maggio 1982” e de graça sentimos ao ver tal espetáculo todos os sabores, sons e cores da bela Itália.



Paulo Gonçalo dos Santos
Historiador / Pesquisador de MPB
paulogoncalo@uol.com.br
Andre L. M. Menezes
Revisão Afetiva

domingo, 2 de janeiro de 2011

ELBA RAMALHO E SEUS 30 LINDOS ANOS DE MÚSICA.















Já tinha escrito aqui no Blog sobre o lançamento do CD “Marco Zero” de Elba Ramalho (Biscoito Fino) e agora quero dividir com todos a alegria de ter acabado de assistir ao DVD “Elba Ramalho – Marco Zero – Ao Vivo” (Biscoito Fino), a tradução perfeita para a sensação após o termino das imagens é ALEGRIA.

Elba Ramalho conseguiu jutnar mais de 200.000 mil pessoas no Marco Zero do Recife, capital do estado de Pernambuco, que não por coincidencia é um estado brasileiro vizinho do estado natal de Elba, a Paraiba e de lá ela trouxe alguns de seus convidados para esta noite que certamente deixou marcas eternas na alma da cidade do Recife.

Como todo nordestino (a) que migra de sua terra natal para tentar a vida no “sul maravilha”, Elba Ramalho passou por grandes dificuldades no inicio de sua carreira e superou a todas com esta ALEGRIA que vive dentro de todo nordestino e de seus descendentes. Essa alegria que move o Brasil é fantástica e ninguém mais a traduziu no cenário músical do que esta “cantriz”, sim, pois Elba Ramalho é uma mistura de cantora e atriz.

Não podemos esquecer seus trabalhos no teatro e no cinema, quase que irreconhecivel, está rpesente de maneira única no especial da Rede Globo de Televisão dirigido por Walter Avancino – “Morte e Vida Severina”, assim como absoluta esteve em “Opera do Malandro” tanto na montgem teatral quanto na feita para o cinema.

Mas o DVD musical tras aos fãs de Elba Ramalho belas recordações que tocam com profundidade os corações daqueles que acreditam que a beleza maior de nosso Brasil está na harmonia possivel das várias cores, dos vários ritimos, das várias crenças, das várias danças conviverem e traçarem o mais belo cenário cultural do mundo.

Elba Ramalho num espetáculo de quase duas horas de duração trás convidados incriveis como, Cristina Amaral, Flávio José, Cezinha, Alcione, Carlinhos de Jesus, Chico César, Lenine, Maestro Spock, Geraldo Azevedo, Zé Ramalho e Andre Rio. Bem, daí pode se perceber a grandiosidade do espetáculo.

Elba Ramalho é sem duvida a DIVA que “bota abaixo da chinela” todas estas pseudo estrelas que forçam o sotaque nordestino e brotam feito ‘maria sem vergonhas’ no cenário músical sobrevivendo a base de caras e bocas. Salve ELBA RAMALHO, verdadeira DIVA do Nordeste Brasileiro, ops...!!! a grande DIVA brasileira, eu quis dizer.



Paulo Gonçalo dos Santos
Historiador / Pesquisador de MPB
paulogoncalo@uol.com.br
Andre L. M. Menezes
Revisão Afetiva