domingo, 26 de junho de 2011

MARINA LIMA “CALL ME” EM SEU CD “CLIMAX”.













“... Só não me venha mais com amor...” (Marina Lima / Adriana Calcanhoto). É esta a canção que abre o mais recente trabalho fonografico da querida cantora Marina Lima, icone de minha juventunde e compositora da frase que me motivou a correr atras de meis ideais “...você me abre seus braços e a gente faz um país..” nos anos 80.

Seu primeiro CD de inéditas depois de alguns anos e após ter se mudado para São Paulo, a cantora de postura forte e decidida que consquistou espaço na MPB chega em nossos ipods, mps, myspace, enfim, com um trabalho revigorante que deixa muita gente da nova geração no chinelo.

O CD intitualdo “Climax” e distribuido pela Microservice S&D e traz Marina Lima fazendo parceria com gente boa como: Adriana Calcanhoto, Edgar Scandura e Samuel Rosa. O restante das canções são de autoria de Marina Lima que mostra que continua antenadissima com o tempo que vive, e há muito as composições de Marina Lima não tinham tanta força.

Alem dos parceiros nas composições, Marina convida para dividir com ela os vocais em Climax os parceiros Samuel Rosa, Edgar Scandura e a novidade está na participação de Vanessa da Mata na canção “A Parte que Me Cabe”, que diz assim “...me deixa queita com minha solidão, a vida é minha e também meu coração...”

Marina Lima já há algum tempo vem cantando à meia voz, o que não diminui em nada o brilho de sua figura, afinal, quem é capaz de esquecer daquela imagem soberana dela sob o piano tocado por Angela Ro Ro cantar divinamente uma canção no inesquecivel especialda Rede Globo “Mulher 80”?

Climax é CD fundamental para quem gsota de cantoras de e com atitude.


Paulo Gonçalo dos Santos
Historiador / Pesquisador de MPB
paulogoncalo@uol.com.br
Andre L. M. Menezes
Revisão Afetiva

PREFÁCIO DO LIVRO - MÚSICA POPULAR BRASILEIRA - VOL 1 E 2 DE MARIO LUIZ THOMPSON - EDITORA BEM TI VI


















Os 400 mil registros fotográficos que Mário Luiz Thompson acumulou ao longo de 30 anos de atividade abrangem um amplo espectro do modo de ser brasileiro. Conduzindo sua câmera pelo cenário majestoso da nossa terra, o fotógrafo tomou como referência básica a Música Brasileira, onde compositores, cantores, instrumentistas e arranjadores produzem a mais caleidoscópica colméia de melodias, ritmos, cantos e danças. Sua documentação da expressão fisionômica e das peculiaridades físicas e gestuais dos artífices dessa polifonia é o fio de Ariadne através do qual tece um amplo mural da cena brasileira, onde o nosso imaginário, os sonhos, as desilusões e esperanças repercutem melodias harmoniosas e versos dissonantes.

“Gigante pela própria natureza”, conforme lembra ufanisticamente seu hino e confirma a vastidão de nosso espaço geográfico, o Brasil se constitui numa pluralidade de regiões, paisagens, climas e tipos humanos, cuja característica cultural mais marcante tem sido a diversidade de sua expressão sonora e musical. Da cantiga do pastoreio dos pampas gaúchos, da toada pantaneira e da música caipira do interior paulista ao cantochão mineiro e ao choro carioca ou ao baião, ao frevo e ao xote nordestino, percorremos uma trilha pontuada por ritmos dançantes de larga tradição até àqueles que irrompem a cada nova estação, corroborando o velho dito da nossa sabedoria popular de que “tudo dá samba”. Produto da fusão de elementos procedentes das culturas européia e africana, que incorporaram as raízes nativas dos indígenas e cuja interação se espalhou ao longo de um imenso território, a música brasileira é única pela diversidade de seus ritmos e riqueza de sua melodia.

Se a música pode e deve refletir o todo - como parecem dizer as 100.000 fotos que o artista pacientemente conservou - foi também necessário perceber as múltiplas características de nossas regiões, com suas formas físicas e humanas e seu linguajar próprio, gerando um rico tecido sonoro em que a percussão de um tambor pode apresentar a mesma elaboração técnica de uma sinfonia. A opção do fotógrafo em retratar cada um dos executantes deste concerto de diferentes sons e ritmos reflete o seu desejo de contar não uma, mas muitas histórias - por meio daqueles que realizam o nosso mais recôndito desejo de nos exprimir. Nos 985 músicos que conseguiu registrar, encontram-se os traços distintivos e marcantes do nosso mais abrangente mosaico étnico, capturados no momento em que se dedicam por inteiro à criação de sua arte maior.


Não se contentando em buscar um simples registro iconográfico, Mário Luiz tentou ir além do simples epifenômeno do gesto posado, da foto de capa de revista, na ânsia de criar um espelho onde o próprio retratado pudesse se reconhecer. Mais ainda, num esforço de superação de sua própria individualidade, procurou se colocar no espaço cênico de maneira a não intimidar o objeto de sua atenção, sem permitir ao mesmo tempo que a busca de um momento de maior emoção desbordasse num ângulo sensacionalista ou no trejeito grotesco de efeito fácil. Emblemático de sua integração sensorial com a cena registrada é o instante em que - no afã de capturar toda a dramaticidade do gesto de Maria Bethânia – o fotógrafo coloca a câmera no chão do palco onde a artista decidiu se estirar. Ao mesmo tempo, sua lente é também capaz de registrar o êxtase, o delírio e até mesmo o momento do mais profundo abatimento e prostração de seus retratados, na busca de um minotauro que em absoluto os diminui mas, ao contrário, somente os humaniza.

Sua postura nas 1462 fotografias escolhidas, ao longo de sua enciclopédia musical que vai de (A)bel Ferreira a (Z)izi Possi, visou sempre restituir a todos e a cada um individualmente a sua verdade intrínseca e extrair a nota precisa da emoção que o momento comportava. Embora marcado por uma coerência e rigor levados ao extremo, seu envolvimento não é menos emocional ou intuitivo. No rastro das milhares de apresentações musicais que presenciou e documentou, o fotógrafo procurou traduzir as mais intensas vibrações melódicas, os élans da alma e as pulsações do corpo dos músicos, em imagens que refletissem aquele momento mágico.

Combinando o necessário rigor do registro antropológico - a descrição gráfica do movimento do corpo, o olhar, o trejeito, a contração do semblante na busca da nota apropriada - com a percepção sensível do momento certo - a visão geral do conjunto, a iluminação da cena, a projeção do som por todo o ambiente - a fotografia de Mário Luiz Thompson anseia por restituir a verdade do artista no momento de sua maior integração consigo mesmo e com sua forma de expressão.

Na linha da nossa melhor tradição fotográfica de observação social e antropológica, o fotógrafo busca compreender a expressão musical brasileira como um atributo de seu povo e de seu modo de ser. Desde a mais remota imagem que produziu - um garoto fabricando sua rústica guitarra/instrumento a partir dos restos do lixo da favela de Alagados, na Bahia – o artista não se cansou de procurar compreender a equação de como um povo constrangido a perseguir incessantemente os meios primários de uma sobrevivência precária é capaz de criar uma Arte cujo valor é reconhecido internacionalmente. Celebrizada em capa de disco e outras publicações, essa imagem se tornou um ícone das nossas contradições e da relação do artista com a cultura baiana e seus diferentes epígonos.
Ao mesmo tempo imbuído de um espírito de observação jornalística e antropológica, Mário Luiz Thompson decidiu não privilegiar os astros e as estrelas de primeira grandeza do firmamento da MPB, mas se esforçou em compor minuciosamente a sua pirâmide, desde a base dos músicos quase sempre anônimos, a chamada “cozinha” instrumental das gravações, até o compositor que irá produzir o machadiano “molho” original.

Por outro lado, o fotógrafo aguçava a sua percepção para o novo que irrompia a cada instante e ia ao encontro do artista que estava surgindo ou do primeiro show da banda que começava... Se o acaso é uma decorrência do rigor, não foi por simples acidente que Mário Luiz estava presente no Embu, cidade da periferia da Grande São Paulo, no começo da carreira de Rita Lee e nos primórdios da ascensão musical de outro futuro astro, Raul Seixas. Na mesma linha, participou das capas das primeiras gravações de muitos nomes hoje famosos da MPB.

Sua rica documentação iconográfica conta também - além da história da MPB durante boa parte da segunda metade desse século – a história pessoal de muitos dos retratados, acompanhados de perto pelo fotógrafo durante todos esses anos. Esse é o caso do amigo Gilberto Gil - cujas primeiras imagens datam ainda de sua mocidade - mas o mesmo poderia ser dito de muitos outros como Alceu Valença, Luís Melodia, Jorge Mautner, Armandinho, com quem as relações de trabalho de Mário Astral - como o chamam carinhosamente no meio musical - criaram laços de amizade duradoura. Inúmeros registros fotográficos dessas e de outras personalidades, que fazem parte de seu acervo, evidenciam um convívio, uma intimidade que vai muito além da simples relação profissional.

Por fim e no fundo de todas essas histórias de alguma maneira contadas, articuladas ou balbuciadas, elaboradas ou entrecortadas, emerge a própria biografia do fotógrafo, convertido em guardião de todos aqueles momentos pela impossibilidade de realização do seu sonho mais acalentado: tornar-se ele próprio um músico. Acreditando não dispor das qualificações necessárias, Mário Luiz - um meticuloso perfeccionista em seu trabalho - decidiu colocar-se a serviço do meio de expressão que mais o emociona e consagrou sua vida a registrar e preservar todos aqueles momentos tão intensamente vividos.

Em seu livro - que certamente irá se tornar uma referência para o futuro - desfilam desde ícones do passado, como Cartola, Nelson Cavaquinho, Braguinha e Ismael Silva, aos jovens talentos emergentes Lenine e Zeca Baleiro, passando pelas verdadeiras instituições musicais Dorival Caymmi, Radamés Gnatalli, Antônio Carlos Jobim, Hermeto Paschoal. Edu Lobo ou Egberto Gismonti, até os astros Roberto Carlos, Chico Buarque, Caetano Veloso, o amigo Gilberto Gil ou visionários do futuro como Walter Smetak.

Ao documentar o rigor investigativo de Walter Smetak, Mário Luiz Thompson prefigura o músico do futuro – representado também por Hermeto Paschoal - que encontra na natureza os sons que lhe servem de instrumento, com a consciência de que a imensa pluralidade da música brasileira não pode dispensar a polifonia instrumental desse criador europeu que buscava uma ampla expressão para a nossa riqueza melódica.

Suas imagens resgatam um tempo, hoje quase esquecido, de 30 anos atrás, retirando do fundo do baú da nossa memória - onde a poeira do tempo as deixou - as figuras legendárias de Aracy Cortes, Orlando Silva, Patativa do Assaré, Pena Branca e Xavantinho, Zé Côco do Riachão, Silvio Caldas, Waldir Azevedo e Zezé Gonzaga, além de outras mais recentes - porém não menos importantes – como Edson Machado, Geraldo Vandré, Germano Mathias, Nelson Gonçalves, Nelson Sargento, Victor Assis Brasil, Tonico e Tinoco, Turíbio Santos, o Trio Elétrico de Dodô e Osmar, Jorge Veiga e Roberto Silva, que exprimem uma energia que a ausência de sonhos dos dias de hoje nos retirou.
A todos eles não falta o olhar amplo e ecumênico do fotógrafo que, ao mesmo tempo em que lhes distingue as diferenças, confere-lhes o estatuto de praticantes de um ofício - que tem as características de um verdadeiro sacerdócio.

Vistos em seu conjunto, os dois volumes de Bem Te Vi Música Popular Brasileira apresentam um claro traço de rigor e coerência que compõe uma sinfonia de formas, cores, luzes, expressões e paisagens permeada por todos os mais diversos semblantes que pode assumir a deusa música, em sua contínua expressão do Todo múltiplo.

Sérvulo Siqueira

A CANTORA SIMONE E O ARRANJADOR RODOLFO STROETER VISTOS PELAS LENTES DE MARIO LUIZ THOMPSON
















O livro Música Popular Brasileira Vols, 1 e 2 da Editora Bem Te Vi mostra um painel de quem faz música no Brasil nos últimos 50 anos,item indispensável para todos os apreciadores de nossa música.













SIMONE BITTENCOURT DE OLIVEIRA É UMA ARTISTA CARISMÁTICA - A MAIS COMPLETA DO BRASIL - E ESTÁ SENDO CATALOGADA ENTRE AS MAIORES INTERPRETES DE TODO O MUNDO ... " diz Martinho da Vila na página 597 do Vol.2 do livro de Mário Luiz Thompson.



Na abertura do livro encontramos belo depoimento de João Gilberto a respeito do fotografo que diz assim: " Mario Luiz Thompson já vem da arte: sua mãe é uma grande artista. Seu caminho é fotografar a música - sua inspiração...".


"RODOLFO STROETER É UM CONTRABAIXISTA LÍDER. UM DOS GRANDES DE SUA GERAÇÃO, COMPOSITOR, ARRANJADOR E SOBRETUDO UM AGLUTINADOR DE MÚSICOS." DIZ - Toy Lima na página 575 do Vol.2 do livro de Mário Luiz Thompson

quinta-feira, 9 de junho de 2011

O LEÃOZINHO CAÊ REJUVENESCE SUA OBRA AO LADO DE GADÚ.


















Pois é... Caetano Veloso conseguiu encontrar uma maneira de rejuvenescer suas canções de maneira a entrar e grudar nos ouvidos de uma meninada que vem conhecendo a MPB através de algumas novas DIVAS que surgem, cada qual com suas caras e bocas, e ele escolheu a mais recente diva criada no universo midiático.

A escolha de Maria Gadú, uma menina-menino que chega para ocupar e preencher algumas lacunas deixadas com o desaparecimento de Cássia Eller e o resfriamento de Ana Carolina e Maria Rita, coloca-se entre a exuberância de Vanessa da Matta e o exagero de Ivete Sangalo.

O CD-DVD “Multishow ao vivo – Caetano e Maria Gadú” lançado em maio de 2011 pela gravadora Universal e parceria com a GLOBOSAT rejuvenesce clássicos do repertorio de Caetano Veloso que são insuperáveis e inquestionáveis, e enquanto Caetano valida a carreira de Maria Gadú, esta com seu brilho adolescente torna sua musica ainda mais interessante.

O ultimo trabalho de parceria de Caetano Veloso foi um opaco trabalho lançado em DVD-CD com Roberto Carlos homenageando o Maestro Tom Jobim, quase que engessado ao lado da figura “azul clara” de Roberto Carlos toda a grandiosidade de Caetano Veloso ficou presa num cenário tomado pelo jeito Roberto Carlos de ser.

Já ao lado de Maria Gadú, num cenário genial, simples e significativo, Caetano Veloso deita e rola, seja nos vocais, seja nos números solos, ou na voz da jovem cantora que foi escolhida para dividir o palco com ele, e a escolha do repertorio foi simplesmente genial.

Estão presentes no repertorio as canções: ‘Sampa’, ‘Odara’, ‘Alegria, Alegria’, ‘Milagres do Povo’, ‘Vaca Profana’, ‘Raptme Camaleoa’, enfim, aquelas canções que marcaram gerações de brasileiros, e que com este registro certamente continuará a marcar algumas novas gerações. Salve o mestre Caetano que no palco cantando sua obra é inigualável, afinal quem é ateu e viu milagres como eu... Sabe quem tem que chamar de REI.

Paulo Gonçalo dos Santos
Pesquisador de MPB

É COM ESSE QUE VOU – O SAMBA DO CARNAVAL DE RUA E DE SALÃO.














A gravadora Biscoito Fino acaba de lançar em DVD e CD o espetáculo teatral escrito por Rosa Maria de Araujo e Sergio Cabral que esteve em cartaz por muito tempo com grande sucesso sempre atraindo os interessados pela história de nossa música popular.

O espetáculo traça um painel sócio histórico cultura através dos sambas que marcaram época e retrataram de maneira própria e perfeita períodos de nossa história, através de composições que traziam para a música fatos corriqueiros da cidade que por muito tempo foi capital do Brasil: a eternamente maravilhosa Cidade do Rio de Janeiro.

As composições que o espetáculo “É Com Esse que Eu Vou” (2011) nos traz são verdadeiras crônicas do cotidiano carioca dos anos 20, 30, 40, e 50 traduzindo com leveza através de um belo cenário e de vozes maravilhosas a grandiosidade de nossa música popular.

O espetáculo musical é dividido em algumas temáticas que reforçam a idéia de que os sambas são verdadeiras crônicas do cotidiano de um povo que vivia penosamente, mas nunca perdia a alegria de estar num dos cenários naturais mais belos de nosso planeta.

A saber, são estes os temas que encontramos ao assistir deleitados a este espetáculo: Rico X Pobre, Orgia X Trabalho, Cidade X Morro, Tristeza X Alegria, Solteiro X Casado, Feminismo X Machismo, Briga X Paz, Apologia do Samba.

A escolha dos cantores-atores foi perfeita, e estão presentes neste grandioso espetáculo musical: Soraya Ravenle, Alfredo Del Penho, Beatriz Faria, Lilian Valeska, Makley Matos, Marcos Sacramento e Pedro Paulo Malta, sendo a produção da dupla especialista em musicais : Charles Moeller e Claudi Botelho.

Não tive a oportunidade de assistir ao espetáculo no palco, mas ao vê-lo em casa foi impossível não cantar junto o tempo todo. Eis um material necessário para a preservação da cultura nacional.

Paulo Gonçalo dos Santos
Pesquisador de MPB
paulogoncalo@uol.com.br

sexta-feira, 3 de junho de 2011

OUVIR FÁBIO JORGE NO CD CHANSON FRANÇAISE 2 FAZ BEM A ALMA

















O cantor Fábio Jorge verteu para a língua francesa uma das mais belas canções composta por Gonzaguinha intitulada “Grito de Alerta”, e ao ouvir a canção na voz vigorosa e apaixonada de Fábio Jorge, um sopro de felicidade invade todo nosso ser. Só por esta canção o CD: “Chanson Française 2”, lançado pela Lua Musica e produzido por Thiago Marques Luis, já é obrigatório aos amantes da boa música.

Mas temos ainda a versão de’ Ternura Antiga’ feita também por Fábio que ao cantá-la neste trabalho divide os vocais com Cida Moreira, transformando-se num dueto mágico e emblemático que une vozes tão belas a esta bela canção que já teve inúmeras gravações desde que Dolores Duran e José Ribamar a apresentaram ao mundo.

Como bem diz o DJ Zé Pedro na apresentação deste trabalho, a musica francesa, de tempos em tempos, invade o Brasil e é quase impossível existir alguém que não tenha em sua memória afetiva musical alguma canção nesta bela língua que a pronunciá-la já sai melódica. Zé Pedro esqueceu de lembrar que até meados dos anos 70 o francês era matéria obrigatória no ensino fundamental de todo o Brasil.

O CD trás ainda a participação luxuosa do maior cantor brasileiro vivo: Cauby Peixoto, que interpreta ao lado de Fábio Jorge uma versão feita por ele mesmo de “Pra não Dizer Adeus”, de Edu Lobo e Torquato Neto, o que deixa este trabalho ainda mais encantador. Ainda podemos ouvir a cantora Silvia Maria num duo bonito com Fábio na bela canção de Charles Aznavour chamada “Je n’allendais que Loi” e a especialíssima participação de João Carlos Assis Brasil a encerrar o Cd com a canção “L’été 42” de Michel Legrand.

Chanson Française 2 o CD de Fábio Jorge merece ser transformado num belíssimo show e depois chegar até nossas casas no formato DVD, pois trata-se de um trabalho que toca as almas apaixonadas de maneira sublime! Salve Fábio Jorge.


Paulo Gonçalo dos Santos
Pesquisador de MPB
paulogoncalo@uol.com.br

O LADO B DE DOMINGUINHOS E YAMANDU
















Eis um CD de beleza incontestável! Lançado pela gravadora Biscoito Fino, reúne dois dos maiores músicos brasileiros: um lá do nordeste e outro lá do sul, Yamandu Costa e Dominguinhos. O efeito sonoro deste duo instrumental é arrebatador e faz com a gente mergulhe no universo interiorano de nosso Brasil.

O CD que ganhou no nome de “LADO B’ é de fato o melhor lado destes músicos brasileiros de raro talento, e a distancia que separa cronologicamente Dominguinhos de Yamandu é enorme, assim como a distancia física de suas terras natal, mas a distancia fica só ai, pois quando se trata de música é difícil conseguir definir o quão eles são próximos e tocam na mesma sintonia.

O repertorio é de tocar o coração com sutileza. Llembra muito o mergulho no interior do Brasil que a cantora Maria Bethânia fez em seu inesquecível CD-DVD “Brasileirinho” quando era quase possível tocar os céus repletos de estrelas de cada canto do interior do Brasil quando assistíamos ou ouvíamos o espetáculo da cantora.

Pois é assim que me sinto ao ouvir o CD de Dominguinhos e Yamandu: quase tocando os céus deste nosso país, tão imenso e repleto de diversidade cultural e tão harmoniosamente uno quando se trata da paixão pela boa musica produzida em todos os cantos de nossa terra.

Estão presentes canções que certamente fazem parte do repertorio de vida de cada um dos artistas e é ai que o CD torna-se único, pois quando cada um coloca na canção escolhida a verdade e a história que está atrás para si, transforma em obra prima canções que andavam até mesmo esquecidas num cantinho qualquer de nosso imaginário afetivo musical.

Portanto, é necessário reservar um tempo da vida tão corrida que levamos para apreciar este CD que nasceu clássico e assim deve permanecer em nossas casas e em nossas vidas.


Paulo Gonçalo dos Santos
Pesquisador de MPB
paulogoncalo@uol.com.br