segunda-feira, 18 de maio de 2009

VANESSA DA MATA: LEVEZA E ALEGRIA EM PARATY!


Vanessa da Mata aproveitou o verão de 2008 e gravou em novembro de 2008 seu primeiro DVD na cidade de Paraty no Rio de Janeiro, cenário melhor não poderia existir para a cantora e compositora que se declara avessa a gravações ao vivo.

Associada a um canal de televisão à cabo Vanessa da Mata montou o palco ao lado da Igreja Matriz da cidade de Paraty, e na realidade nada teve que pagar pelo cenário que é lindo por natureza, juntou músicos como Davi Moraes e os jamaicanos Sly Dunbar e Robbie Shakespeare, e pronto! Um belo espetáculo foi apresentado.

Devo confessar que, a meu ver, o publico não pareceu corresponder à empolgação e alegria de Vanessa da Mata, talvez pela distância dos centros urbanos paulista e carioca onde a cantora junta grande publico. Ela não contou com fãs de verdade, ou talvez os que lá estiveram ficaram catatônicos com a beleza da cantora.

Isso mesmo! Vanessa da Mata esta cada dia mais bela, beleza que deve embevecer o publico dos vários países do mundo por onde tem passado com sua musica. No DVD podemos ver fragrantes destas viagens e um duo com Ben Harper numa das apresentações pelo mundo.

Pode causar estranheza as interpretações de algumas canções de Vanessa da Mata para os que estão acostumados com o CD “Vermelho”, ao vivo, de fato, a voz da cantora é diferente e em algumas canções ganham até mesmo outro tom, mas a leveza com que se desloca pelo palco, mais a simpatia que emana faz com que nem percebamos esses pormenores De fato Vanessa da Mata parece ser uma pessoa muito feliz.

O que tem de bela tem de audaciosa. Ela gravou ao vivo, enfrente a uma platéia repleta e emoldurada por cenário impar, um dos clássicos da canção popular brasileira, nada menos que “As Rosas Não Falam” e respirando fundo e apaixonadamente podemos dizer que não fez feio.

O DVD é o primeiro desta cantora e compositora e deixa a sensação de que ela deveria ter registrado outros trabalhos porque tem presença de palco única, e sobretudo um bom gosto extremado.

Vanessa da Mata deixa para lá de evidente que nada no mundo é mais belo do que a Música Popular Brasileira. Salve! Salve a Beleza de Vanessa!


Paulo Gonçalo dos Santos
Historiador / Pesquisador de MPB
paulogoncalo@uol.com.br

Andre L. M. Menezes
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“ENTRE AMIGOS” DOLORES DURAN FICA AINDA MAIS LINDA!


Lançado pela gravadora Biscoito Fino, o CD “Entre Amigos” mostra Dolores Duran na plenitude de interprete em gravações anteriores a sua produção única como compositora.

Solta e completamente à vontade, Dolores Duran canta maravilhosamente bem em rodas e saraus na casa de seus amigos, sendo comovente ouvir este trabalho e sobretudo se faz necessário agradecer aqueles que tiveram a idéia de brindar o publico com essas raridades.

Podemos imaginar o quanto existe por ai de raridades de nossos grandes interpretes e que jamais ouviremos ou mesmo saberemos da existência. Ainda bem que com Dolores Duran isto não aconteceu.

É impagável ouvi-la cantar todas as pérolas que contem o CD. Imagine vocês ouvir Dolores Duran cantando o clássico do cinema americano: “Over the Rainbow”. Isso mesmo! Aquela canção imortalizada por Judy Garland. Conseguem imaginar? Não? Pois bem! a gravação está lá no CD e é a nona faixa, e confesso que torna-se impossível não querer acompanhá-la nos versos
“... Somewhere over the rainbow, Way up high There's a land that I heard of once, In a lullaby. Somewhere over the rainbow, Skies are blue. And the dreams that you dare to dream …”

Isso sem contar entre outros clássicos americanos temos “Cry Me a River” em uma interpretação absolutamente contundente. Certamente se Audrey Hepburn ouvisse teria se envergonhado de sua versão, de fato Dolores Duran mostra nestas gerações que certamente tornar-se-ia uma das maiores interpretes brasileiras se tivesse continuado entre nós.

Para falar ainda de interpretações de canções americanas é alegre seu canto em “Cheek to Cheek” de Irving Berlin, alegrando assim o universo de um dos mairores compositores americanos.

Suas interpretações para as canções nacionais do CD não são menos contundentes e este CD é para ouvir-se feliz, como feliz é a nossa música.



Paulo Gonçalo dos Santos
Historiador / Pesquisador de MPB
paulogoncalo@uol.com.br

Andre L. M. Menezes
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PAULA FAOUR: A BELA PIANISTA E O BELO TALENTO!




A pianista e arranjadora Paula Faour como todo instrumentista brasileiro é mais conhecida no exterior, onde tem seu trabalho aclamado pela critica e pelo público, aqui em terras tupiniquins ainda falta muito para que Paula Faour caia no gosto popular, mas isso não é impossível.

Prova disto é seu mais recente trabalho lançado pela gravadora Biscoito Fino e intitulado: “E a Música de Marcos Valle & Burt Bacharach”. Que chega aos ouvidos de todo apreciador de boa música como uma bela demonstração do quanto o universo musical brasileiro não se distancia do americano.

Dentre alguns convidados de primeira linha, Paula Faour trás feras como o próprio Marcos Valle, Roberto Menescal e Gilson Peranzzetta, que dão ao CD o ponto exato para que o som grude em nossos olvidos chegando a acariciar docemente a alma.

O compositor brasileiro Marcos Valle aparece na abertura do CD com a composição: “Samba de Verão” numa belíssima fusion com a canção de Burt Bacharach chamada “Do You Know to San Jose”, e a partir desta audição o ouvinte já sabe que o que virá pela frente é a total entrega de uma instrumentista que se entrega ao trabalho com prazer e profissionalismo.

Entre todas as pérolas existentes no CD é irresistivelmente delicioso se entregar ao conto ao ouvir “Um Novo Tempo” de Marcos Valle, que por tantos anos acompanhou o Brasil no período das Festas Natalinas embalando as vinhetas de final de ano da Rede Globo de Televisão. O som instrumental de tal canção nos revela o quão ela é atemporal.

As canções de Burt Bacharach em fusion com as de Marcos Valle nos enchem os ouvidos de maneira a pensarmos que somos irmãos, o que cai bem em tempos de Obama presidente nos EUA. Digamos que é uma sensação um tanto quanto prazerosa.

Ao juntar dois compositores populares, um americano e outro carioca, Paula Faour mostra sua importância no cenário musical internacional, e para o Brasil deixa a marca de que veio mesmo para ficar.



Paulo Gonçalo dos Santos
Historiador / Pesquisador de MPB
paulogoncalo@uol.com.br

Andre L. M. Menezes
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ELBA RAMALHO E SEU LINDO BALAIO!





Elba Ramalho volta à cena musical exatamente quando comemora 30 anos de carreira, com um belíssimo CD chamado “Balaio de Amor” lançado pela gravadora Biscoito Fino, com produção dela e de Cezinha.
O CD retoma os belos trabalhos que Elba Ramalho entregou ao fiel publico que a acompanha há todos esses anos, e trás o brilho da voz desta cantora que um dia, ironicamente, foi chamada pelos críticos de “Madonna do sertão”.
Todas as canções do CD têm uma força popular que certamente fará de algumas faixas os hits que Brasil afora adora, caso o CD consiga ter uma distribuição de alcance nacional o que é pra lá de merecido. O popular, sem ser popularesco, é a marca deste trabalho.
“... Um passarinho me contouNo meu ouvido bem baixinhoQue é meu o seu amor
Sou dona do seu carinho ...”
É isso que diz os versos da canção de Terezinha do Acrodeon e Junior Vierira que está no centro do CD e que traduz toda a concepção tanto gráfica quanto musical do CD.
Neste Balaio também cabem Xico Bizerra, Nando Cordel, Accioly Neto, Cecéu entre outros e conta com a participação especial de Dominguinhos parceiro fiel a Elba já há muito tempos e Cezinha que produz o CD e participa da faixa: É só você querer.
A canção que abre o CD se chama “Fuxico” e é de autoria de Flavio Leandro e tudo indica que será um grande sucesso se executado com a intensidade necessária. Assim diz a letra :
“... O meu amorPor causa de um fuxicoDe uma coisa à toaTrocou o nosso ninhoQue era coisa boaPor uma indiferençaQue não tem mais fim ...”
Ao recebermos o Balaio de Elba é possível perceber que se existe uma grande Dama na canção popular brasileira e essa Dama atende pelo nome de Elba Ramalho.



Paulo Gonçalo dos Santos
Historiador / Pesquisador de MPB
paulogoncalo@uol.com.br

Andre L. M. Menezes
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A LUA CHEIA DE MAURO SENISE!



Em mais de trinta anos de carreira Mauro Senise já acompanhou grandes nomes da MPB e participou de um grande grupo instrumental brasileiro chamado Cama de Gato com grande repercussão no meio musical na década de 80.

Maio de 2009 trás para o publico refinado da MPB instrumental o terceiro trabalho de Mauro Senise para a gravadora Biscoito Fino. O CD recebe o nome de Lua Cheia e homenageia duas das maiores compositoras de nossa canção: Sueli Costa e Dolores Duran.

Homenagem para lá de justa, este trabalho nos transporta para dentro do universo musical destas duas mulheres que nas décadas de 50 e 70 tiveram papel definitivo na escrituração da história de nosso Brasil, através do registro da alma feminina nestes dois períodos históricos.

De Dolores Duran estão presentes: “Fim de Caso”, “A Noite do Meu Bem”, “Por Causa de Você” entre outras. Com arranjos do grande Gilson Peranzzetta, e participações no vocal de Olivia Hime e de Sueli Costa, torna-se deliciosa a sonoridade conseguida. Seria assim como rejuvenescer a obra de Dolores Duran.

Já Sueli Costa esta presente em Lua Cheia com as seguintes composições: “Cão Sem Dono”, “Dentro de Mim Mora um Anjo”, “Nenhuma Lágrima”, “Vinte Anos Blues”, “Sonho”, e as obras primas: “Jura Secreta” e “Alma” que retratam o que de melhor esta mineira de Juiz de Fora já produziu para nossa música.

O som de “Lua Cheia” nos leva a um passeio pelo universo feminino através das mães de grandes músicos e de duas compositoras que tornam a vida muito mais bonita e cheia de nuances coloridas a nos cercar.



Paulo Gonçalo dos Santos
Historiador / Pesquisador de MPB
paulogoncalo@uol.com.br

Andre L. M. Menezes
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sábado, 16 de maio de 2009

UM POVO SEM MEMÓRIA É UM POVO SEM FUTURO.



































































Um pouco da história de nossa MPB através das imagens de fotografos que dedicam seu tempo ao registro de momentos que possibilitaram o desenvolvimento da CULTURA Brasileira. Para apreciar !

sábado, 2 de maio de 2009

NANA CAYMMI SEM POUPAR O CORAÇÃO.



Nana Caymmi passou por período difícil em sua vida particular, o que a levou a trancar se em casa para poder viver o luto provocado pela perda do pai Dorival Caymmi e da mãe Stela, ambos figuras que marcaram a história de nosso Brasil.

O tempo é sempre o melhor remédio para a dor da perda e para Nana Caymmi não poderia ser diferente, e esse mesmo tempo fez com que ela mergulhasse na preparação de um novo trabalho que chega agora aos ouvintes através da gravadora Som Livre, que comemora 40 anos e nos brinda com uma edição caprichadíssima do novo trabalho de Nana.

Com belas canções totalmente inéditas Nana Caymmi apresenta o CD “Sem Poupar Coração”, com a mesma voz que há décadas embala corações enamorados e fãs da boa música ela continua a cantar da mesma maneira arrebatadora que tornou-a um ícone em nosso universo musical.

O CD trás composições de Dori Caymmi e Paulo Cesar Pinheiro que abre e da nome ao trabalho, e diz assim: “ ... Não quero mais ouvir quem diz / que o amor é só pra ser feliz / angustia ou paz, prazer ou dor / eu quero é mais morrer de amor...” De doer a alma ouvi-la com esta voz que invade nossas profundezas com seu belo cantar.

Temos também Fátima Guedes com uma bela composição que retoma seu inicio no cenário musical chamada: “Pra Quem Ama Demais”, que a voz de Nana Caymmi transforma num clássico instantâneo, a composição diz assim:
“... eu fiquei tão doente / eu ardi de paixão / nos fogos do fogo / do sétimo inferno /por agir diferente / eu chamava atenção / coitada da ilusão / da busca do eterno ...”. Versos para rasgar qualquer coração.

O CD trás composição de Rosa Passos e Fernando de Oliveira chamada “Esmeraldas”, toque fino de uma das cantoras brasileiras de maior respeitabilidade no universo da World Music, e Nana se esbalda entoando as palavras da bela composição “... quando eu ti vi me apaixonei na mesma hora / meu ex-amor até pensou que enlouqueci / juntei meus panos, fiz a trouxa e dei o fora ... “ A própria Nana em idos tempos fez isso correndo atrás do amor.

Este trabalho de Nana Caymmi já chega aos ouvidos como sendo o melhor CD desta primeira década do século XXI que vai se aproximando ao fim, entre tantas canções ela tem composições inéditas de Cristovão Bastos, Guinga, Simone Guimarães, João Donato entre outros que entregaram a Nana a tarefa de transformar em clássicos seus versos. Confiança que ela retribuiu presenteando os fãs da boa música brasileira com mais um alimento musical para corações que não gostam de serem poupados.


Paulo Gonçalo dos Santos
Historiador / Pesquisador de MPB
paulogoncalo@uol.com.br

Andre L. M. Menezes
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SILVIA MACHETE – O MAMBEMBE QUE A MPB PRECISAVA!



A performancer Silvia Machete, lança pela EMI CD e DVD intitulados “Nunca Fui Santa’, mas ao terminar de assistir o DVD com extras e tudo mais que o apreciador tem direito a conclusão de que é santa sim...
Assim como Rita Lee um dia ensaiou os passos para tornar-se Santa Rita de Sampa, Silvia Machete já nasce Santificada. Explico: a qualidade de seu trabalho é única e trás de verdade ares novos para a musica brasileira um tanto quanto mofada nas inúmeras tentativas que sofre de arejamento.

Silvia, que é uma performance incrível e tem pós doutorado em apresentações nas ruas da Europa e de New York, consegue, com suas interpretações contundentes, colorir canções que foram, em sua maioria, composta por ela mesma. Renovar o que chamamos de cancioneiro popular, e em espaços sem grandes recursos cênicos, apresentando seu espetáculo de maneira a cativar o publico que certamente não consegue desgrudar os olhos de suas apresentações.

É fabulosa a interpretação que ela dá em duo com a cantora Nina Becker para a canção que foi hit nos anos 80 na voz de Cindy Lauper : “I Girls Just Wanna To Have Fun”, assim como todos os malabares que usa durante sua apresentação.

É impossível não admirar boquiaberto o numero que faz com o bambolê. Com ele na cintura ela tira a roupa, prepara um “cigarro artesanal” e o ascende e, claro, fuma! Cena memorável, jamais pensada por nenhuma de nossas DIVAS da canção popular brasileira.

Autora de parte das canções apresentadas neste trabalho, Silvia acertou ao gravar no Brasil este seu trabalho musical. Ela é descendente direta da leveza, delicadeza e sutileza que os trabalhos musicais brasileiros já tiveram, principalmente nas décadas de 30 e 40.

Fico a pensar que Silvia Machete poderia ser aquela neta que Carmem Miranda não teve. Certamente a alegria da Pequena Notável encontrar-se-ia perpetuada no trabalho desta que hoje é a grande promessa da renovação de nossa música popular.





Paulo Gonçalo dos Santos
Historiador / Pesquisador de MPB
paulogoncalo@uol.com.br

Andre L. M. Menezes
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MAYSA FALA SEMPRE AO CORAÇÃO.




A cantora Maysa sempre tocou os corações dos amantes da boa música. Talvez ela tenha sido a primeira grande pop-star da cena musical brasileira, com seu comportamento peculiar que sempre ocupava páginas e mais paginas das revistas.

Suas composições sempre mesclavam a beleza do amor com o sofrimento que este trás a todos os corações que se entregam com intensidade única a ele.

Menina rica que viveu cercada por tudo o que desejava, foi transgressora a sua maneira desde os tempos de aluna interna em colégios de freiras, passando por uma das famílias mais tradicionais do Brasil num dos casamentos que sacudiram a sociedade quatrocentona paulistana em meados da década de 50.

É possível ver tudo isso na minissérie que chega às lojas no formato de DVD e um pouco mais, do ponto de vista de seu único filho que dirigiu e produziu uma das mais belas obras televisivas dos últimos tempos. Desde a escolha do elenco até a seleção de musicas que compuseram os números de teatros e cassinos por onde Maysa se apresentou ficou sob o crivo de Jayme Monjardim, filho e herdeiro de Maysa.

Rever a belíssima minissérie será prazeroso sempre, mas o melhor de tudo ao adquirirmos a caixa de DVDs são os extras incluídos no ultimo disco que alegram a alma e os ouvidos de todos que veneram nossa canção popular e preservam na memória sons, imagens e sabores do que considero ser a melhor musica do mundo.

O disco de extras é fabuloso! Trás entrevista de Maysa inédita e bombástica, onde a cantora se expõem como sempre, de peito aberto e sem se importar com simpatias ou antipatias que suas declarações pudessem angariar. Polemica como sempre se mostra extremamente inteligente em cada resposta, aliás, característica sempre presente em almas à frente de seu tempo.

Mas o melhor mesmo nos extras é um especial na integra gravado pela TV Portuguesa e perdido no tempo onde vemos Maysa cantando o melhor de seu repertorio acompanhada por trio de músicos excelentes, em belíssima forma e com cabelos curtos. O registro deixa claro o porque Maysa deve ser venerada por todo sempre, de fato é uma DIVA.

Ter esta caixa entre os pertences é perpetuar uma das mais belas Histórias de nosso Brasil, todas as escolas deveriam ter este material, afinal pobre do pais que deixa perder-se na memória sua música e seus ídolos.



Paulo Gonçalo dos Santos
Historiador / Pesquisador de MPB
paulogoncalo@uol.com.br

Andre L. M. Menezes
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O GRANDE ENCONTRO 3 (ELBA, ZÉ E GERALDO)!


O Projeto O Grande Encontro, que reuniu no final dos anos 90 e inicio do século XXI expoentes do cancioneiro popular nordestino tornados estrela e astros no Brasil afora, chegou a sua terceira edição.

Neste Grande Encontro estão: Elba Ramalho, Zé Ramalho e Geraldo Azevedo que cercam se de convidados que abrilhantam este magnífico momento que foi também exibido num canal a cabo.

Na primeira edição do projeto o grande Alceu Valença estava incluso. Logo após o primeiro ele se desligou da trupe permanecendo então os três expoentes da canção nordestina, já há tempos com moradas permanentes nos corações e ouvidos de todo o Brasil.

O DVD trás o registro do show no Garden Hall Rio de Janeiro da primavera de 2000, de forma quase artesanal, marcou o fim do projeto e trouxe os cantores Belchior, Lenine e Moraes Moreira cada um como convidado de um dos integrantes do projeto.

O primeiro convidado a aparecer é Morares Moreira na canção: “Canta Brasil” num duo com Geraldo Azevedo que eletriza e emociona por ser Moraes o representante do grande boom da musica sertaneja no mercado da MPB no final dos anos 60 início dos 80 quando era integrante ativo do grupo Novos Baianos.

O segundo convidado é o cantor Belchior, para deleite do público, que aproveita sua aparição em palcos, já que a carreira é pautada por aparições em lugares pequenos e quase nunca esta na mídia. Ele canta, de autoria de seu amigo que o convidou: Zé Ramalho, a canção “Garoto de Aluguel” numa alusão a primeira profissão de seu autor quando mudou-se para o Rio de Janeiro.

O ultimo convidado é Lenine que junto a sua amiga e anfitriã Elba Ramalho entoa bela canção composta para Elba, chamada “Lá e Cá”. Como representante do que há de novo no movimento musical nordestino Lenine faz uma participação altamente afetiva.

O DVD trás, entre várias canções, uma composição de muito sucesso nos anos 80 de autoria de Tunai irmão de João Bosco intitulada; “Frison” que diz assim:
“ ... Meu coração pulou, você chegou, me deixou assim
Com os pés fora do chão
Pensei: que bom, parece, enfim acordei
Prá renovar meu ser faltava mesmo chegar você
Assim, sem me avisar, prá acelerar um coração ...”

só por isso já vale a pena assistir e ter este trabalho que é de fato um grande Encontro.



Paulo Gonçalo dos Santos
Historiador / Pesquisador de MPB
paulogoncalo@uol.com.br

Andre L. M. Menezes
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O INFINITO AO REDOR DE MARISA MONTE.



Marisa Monte é a artista brasileira que trata sua obra desde o início com o maior cuidado já visto nestas terras tupiniquins. A qualidade de seus shows, CDs e DVDs são impecáveis já há mais de 20 anos.

Quando foi lançada em jogada do mestre Nelsinho Motta, ainda estávamos na era do vinil, e sua estréia no cenário musical deu-se de tal maneira que a DIVA nascia ao mesmo tempo em que a intérprete refinada aparecia para o grande publico.

Em 2006 Marisa Monte lança dois CDs: “Universo a Meu Redor” e “Infinito Particular”. Trabalho que chegou ao mercado fonográfico quando este vivia o epicentro do furacão que fez despencar a venda de CDs no mundo todo.

Em seguida ao lançamento dos CDs, Marisa Monte prepara tournée mundial com o show que se chamou “Infinito ao Meu Redor”, numa de suas mais bem sucedidas empreitadas artísticas.

O Show roda o Brasil inteiro deixando por onde passou a sensação de que Marisa Monte continua a reinar absoluta no cenário musical do Brasil. A qualidade de cenários, iluminação e a escolha do repertorio do show deixavam critica, público e mídia boquiabertos com o resultado encantador e extremamente profissional.

Ao longo de quase dois anos na estrada com o show Marisa teve o cuidado de registrar passo a passo todos os momentos que antecederam a concepção do mesmo: a preparação técnica da montagem; a busca de parcerias para a produção; o roteiro das viagens que incluía Japão, Austrália, Europa, efim, tudo foi registrado com requinte de documentário cult.
Ao anunciar o lançamento do DVD-Documentário todos pensavam que o mesmo incluiria o show de Marisa Monte, mas não! O que vimos é um belíssimo registro didático sobre como se fazer um belo show.

Há muito o mercado fonográfico e os grandes interpretes de nossa canção deviam ao publico um documentário assim: ao mesmo tempo que é terno e meigo, mostra as dificuldades, as alegrias, o cansaço e os profissionais por trás de um belo trabalho musical.

Marisa Monte narra cada etapa de dois anos de pé na estrada, de maneira a nos fazer penetrar em seu universo e permitir-nos sonhar com o infinito a seu redor.




Paulo Gonçalo dos Santos
Historiador / Pesquisador de MPB
paulogoncalo@uol.com.br

Andre L. M. Menezes
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NOEL O POETA DA VILA.



O filme de Ricardo Van Steen tem o grande mérito de trazer para o centro do século XXI a história da vida do grande e incomparável poeta Noel Rosa que ecoa em nosso imaginário através de suas canções que tornaram-se atemporais.

A escolha do elenco foi certeira e a descoberta do ator Rafael Raposo que leva à tela, com perfeição, o poeta da Vila é de emocionar a todos que conhecem um pouco da história deste que sem duvida nenhuma se tornou através dos tempos a mais pura tradução da poesia musical do Brasil.

Apesar da certeira escolha do ator que vive o personagem central em “Noel o Poeta da Vila”, é na interpretação magistral que o ator Flávio Bauraqui dá ao personagem Ismael Silva que reside toda a beleza interpretativa deste filme. Flávio cria um personagem que assusta pela violência dos atos, mas que comove pela capacidade de compor canções, mostrando-nos que a questão da violência na velha e ex capital do Brasil é antiga.

Também é elogiável a presença da estrela global Camila Pitanga, que lindamente dá ares dramáticos ao personagem CECI - grande amor de Noel - que também adoece e com quem vive momentos de ternura e amargura, característicos de amores densos.

Acredito que o filme poderia ter explorado um pouco mais outras nuances da vida de Noel Rosa que estão impressas nas canções do poeta, que viveu até o fim de sua curta vida num dos bairros do Rio de Janeiro, bairro que graças a ele ganhou projeção internacional.

Noel Rosa só conseguiu a projeção merecida muito tempo depois de sua morte e graças principalmente a interpretes da música popular como Aracy de Almeida, alias pouco explorada a amizade e o carinho da cantora pelo poeta no filme, embora a atriz destacada para o papel Carolina Bezerra seja excelente.

Fica ao termino de assistir o filme uma vontade louca de mergulhar mais e mais na curta história de vida deste que sem duvida é um dos maiores brasileiros de todos os tempos. Eis um filme para se trabalhar muito e muito nas escolas deste Brazilsão.


Paulo Gonçalo dos Santos
Historiador / Pesquisador de MPB
paulogoncalo@uol.com.br

Andre L. M. Menezes
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BRASIL E CUBA: CERTAS CANÇÕES!


Maria Bethânia há muito tempo vem realizando trabalho único em nossa música brasileira. Desde que libertou-se das amarras de grandes gravadoras vem produzindo obras primas onde mergulha em universos como o interior do Brasil, os mares do mundo, e agora na relação afetivo musical existente entre Brasil e Cuba.

Para que o projeto se realizasse com perfeição é convidada a cantora Omara Portuondo, ex integrante do excepcional grupo cubano “Buena Vista social Club, e cantora respeitada internacionalmente desde os ano 50.

Vinda da Ilha Caribenha, Omara trás o mesmo swing que encontramos há quatro décadas em nossa Bethânia e em sua bahianidade. É impressionante vê-las juntas! Conseguimos até mesmo sentir os aromas de Havana e de Salvador. A força destas duas “deusas vivas” da canção popular do mundo é de uma luminosidade incrível.

Somente ao apreciarmos o canto das duas é que podemos ver o quanto estamos de fato irmanados ao povo cubano. É impressionante o quanto nossos ritmos, nossa religiosidade, nossos traços, as cores fortes e alegres que emolduram nosso nordeste são as mesmas que emolduram esta Ilha que tem em Omara sua voz.

A seleção musical do espetáculo que percorreu parte do Brasil é impecável e o espetáculo é aberto por uma das três canções que retratam a grandeza do show. Estão lá: “Cio da Terra”, “Calix Bento” e “Gente Humilde”, de Vinicius de Moraes, que representa o que há de mais belo na musica brasileira no repertório do show, assim como Chico Buarque de Holanda e Milton Nascimento. Assim sendo o espectador já pode esperar pelo melhor.

Omara solta a voz em canções belíssimas que estão no imaginário de todo povo latino americano, como: “Viente Años”, “Mil Congoja” e “Cubanacan”. É emocionante a participação do filho da cantora que lhe canta uma canção de ninar, arrepiando a todos que tenha um mínimo de sensibilidade.

Também encontramos canções como: “Drumenegrita” e “Dos gardenias” que são verdadeiros marcos na canção Cubana, e Bethânia trás: “A flor da terra” em interpretação magistral.

Ao terminar de assistir o show a vontade que fica é de visitar Havana e de viver em Salvador na Bahia.


Paulo Gonçalo dos Santos
Historiador / Pesquisador de MPB
paulogoncalo@uol.com.br

Andre L. M. Menezes
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JORGE BEN JOR – ENERGIA PURA!




O DVD que a Globo Marcas colocou no mercado em parceria com a gravadora Biscoito Fino, com show chamado “Energia” gravado e transmitido pela Rede Globo de televisão em 1982, portanto a quase 25 anos atrás, mostra um Jorge Bem no auge de sua ENERGIA.

O DVD possibilita que os espectadores visualizem a qualidade do que a TV brasileira já produziu em termos de música brasileira. Hoje quase não existem programas que mostrem os nossos verdadeiros cantores e cantoras, principalmente nos canais abertos de televisão.

O show de Jorge Bem gravado no próprio teatro da Rede Globo, trazia uma constelação de convidados, tais como: TIM Maia, Baby do Brasil, Caetano Veloso, Fabio Junior, Zico, Bateria do Salgueiro e uma rapariga jovial que trazia na garanta a pureza do cantar : Gal Costa.

O show é para ser assistido em pleno êxtase sem contar que torna-se impossível assisti-lo sem sair pulando pela sala ou sem sacudir-se no sofá, ou numa investida mais contida, uma balançada de leve no esqueleto. De fato: a musicalidade de Jorge Bem Jor é transbordante.

O período em que foi realizado o show mostra o cantor e compositor na plenitude de sua capacidade criativa, e toda a energia que parecia mesmo ser infinita, levando as apresentações durarem até 04 horas.

Assistir ao show também nos possibilita imaginar como teriam sido as carreiras de Baby Consuelo e Fabio Junior, se ambos não tivessem se rendido aos caminhos impostos pelas das gravadoras da época.

As participações mais interessantes e de valor histórico estão nos extras que trazem Gal num dos ensaios para o show cantando “Que Pena”. Como não poderia participar da gravação do show a cantora fez questão de registrar sua participação como se estivesse passando pelo teatro na hora do ensaio e tivesse entrado para abraçar o amigo querido.

Belas imagens que provam que a Rede Globo de Televisão já produziu música de qualidade, contrastando o tempo das ‘piadas musicais’ atuais, o que também não deixa de ser uma grande lástima. Mas vale conferir e ter entre a Dveteca.


Paulo Gonçalo dos Santos
Historiador / Pesquisador de MPB
paulogoncalo@uol.com.br

Andre L. M. Menezes
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EMILIO SANTIAGO – DE UM JEITO DIFERENTE!


Emilio Santiago ao final de 2008 brindou com seu publico uma carreira baseada no real valor de uma voz que, aveludada como é, penetra corações há muitos anos deixando sua marca inconfundível num mar de fãs que o tem como um dos maiores interprete de nossa canção.

Lançando CD e DVD intitulado – “Deu um jeito Diferente”, Emilio Santiago grava em estúdio de maneira a não perder a atmosfera captada pelos shows ao vivo em casa de shows, sem perder a leveza que nos trás interpretações memoráveis como é o caso da canção “Moça Flor’.

Emilio Santiago que há muito tempo é o mais belo cantor da MPB convida a participar deste seu novo trabalho lançado pela Indie Records ninguém menos que Nana Caymmi, que, como sempre, mostra-se primeira dama de nossa canção popular soltando a voz na belíssima canção – “Olhos Negros”.

Emilio Santiago trás leveza gostosa ao DVD/CD ao gravar a canção – “Não me Balança Mais” em duo com a autora da canção, ninguém menos que Martinália. Certamente é uma daquelas canções que nascem para ficar coladas aos ouvidos dos amantes da boa música.

Também encontramos participação do mestre João Donato em duas canções que acabam por dar um chame especial a este trabalho de Emilio e também trazendo o respeito merecido que este interprete merece. São elas: “De um jeito Diferente” e “Um Dia Desses” , ambas de autoria do próprio Donato.

O trabalho conta ainda com as participações especialíssimas de Marcos Valle e Leo Gandelmam que acabam por dar um tom intimista e de qualidade impar, o que torna a sonoridade do trabalho digna do mercado internacional e muito diferente do que cansamos de ouvir até mesmo na bela voz do proprio Emilio Santiago há alguns anos atrás.

Marcos Valle está em: “Água de Coco e “Disfarça e Vem”, e Leo Gandelmam esta em : “E Era Copacabana“.

Emilio encerra este trabalho com a canção: “Dindi“ de Tom Jobim e Aloísio de Oliveira, provando a todos que de fato ele esta entre os maiores interpretes de nossa musica popular.




Paulo Gonçalo dos Santos
Historiador / Pesquisador de MPB
paulogoncalo@uol.com.br

Andre L. M. Menezes
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