domingo, 23 de dezembro de 2012

VILLA LOBOS POPULAR POR AMILTON GODOY E GABRIEL GROSSI.


          O CD de Amilton Godoy e Gabriel Grossi feito com o financiamento do Governo do Estado de São Paulo dentro do Programa de Ação Cultural de 2011, foi lançado agora em 2012 e por sorte chegou até minha casa da maneira mais bonita, um dos alunos do grande Amilton Godoy que é filho de um querido amigo.

          A música instrumental brasileira sempre me fascinou e sempre me pego pensando o quão melhor não seria se nossos meninos e meninas aprendessem na escola a gostar de ouvir música instrumental, além de aprender a ler partituras e conhecer os instrumentos, certamente nosso povo seria um povo diferente.

          Enquanto isso não acontece podemos ir nos deliciando com este CD que trás a obra de Villa Lobos pelo menos o essencial para ser apreciado por todos os amantes da boa musica brasileira, de maneira leve e sutil os arranjos ajudam a aproximar o ouvinte que não esteja acostumado a ouvir musica instrumental prendendo-o rapidamente para a audição completa deste trabalho tão singular.

          Estão por lá as Bachianas nº 4 e as Bachianas nº 5, bem como Trenzinho Caipira obras primas reconhecidas mundialmente e que tanto orgulha e alegra brasileiros há muito tempo, também estão presente outras composições do maior Maestro que nosso Brasil já teve, e a audição de todas faz a alma levitar.

          A ultima faixa dura aproximadamente 12 minutos e é a única que não é extraída da obra de Villa Lobos mas sim do domínio popular num pout-pouri de folclore de alegrar qualquer cidadão e didadã brasileiro, estão lá, O cravo, Nesta rua, Escravos de Jó, Sapo Cururu entre tantas, uma alegria a audição.

          Este CD é item básico para todos os admiradores da boa música instrumental brasileira, felizes os que já ouvem em casa essas preciosidades que tornam a vida muito mais bonita.

 

Paulo Gonçalo
paulogoncalo@uol.com.br

ZÉLIA DUNCA DEIXA TUDO ESCLARECIDO SOBRE ITAMAR ASSUMPÇÃO.



          A muito tempo, pra lá de vinte anos, Zélia Duncan vive por aqui em minha casa, não há um tempo qualquer que não tenha uma ou mais canção na voz de Zélia a acompanhar meus dias, as vezes dias repletos de alegrias, outros dias cheio de dores e na maioria das vezes dias de uma mesmice que vez ou outra a sola todas as vidas humanas.  

          Agora neste final de 2012 muitos foram os lançamentos em CD mas o primeiro que fiz chegar até aqui foi “Zélia Duncan canta Itamar Assumpção – Tudo Esclarecido” da Warner Music e Duncan Discos, onde Zélia faz ressurgir com força a obra do Beleléu tão querido por todos que como eu viveu o surgimento e apogeu da Vanguarda Paulista.

          Nos anos 80 eu me via fascinado por tudo e por todos (as) e o pequeno espaço do Teatro Lira Paulista ali na Praça Benedito Calixto em Pinheiros bairro de São Paulo eu assiduamente estava atrás das belas vozes que acompanhavam Arrigo Barnabé e Itamar Assumpção e foram estas vozes que me fizeram apaixonar por este compositor tão emblemático de nosso cancioneiro popular.

          Só mesmo Zélia Duncan poderia fazer um tributo a altura da obra de Itamar Assumpção o CD está magnifico e é um daqueles trabalhos que já nascem clássicos e fundamentais para a compreensão da obra de um artista brasileiro, assim é este trabalho de Zélia que prima por tratar de melhor maneira possível um compositor que de fato fez diferença no cenário nacional musical.

           A obra de Itamar Assumpção é única e ainda precisa ser descoberta pela maioria dos amantes da boa música nacional, e entre tantas escolhidas por Zélia Duncan para compor este trabalho uma das que mais me toca diz assim ... eu tenho cabelo duro / mas não o miolo mole/ Sou afro-brasileiro puro/ é mulata a minha prole/ não vivo encima do muro ... nada é preciso dizer, alias nada mesmo o importante é ouvir, divulgar, comentar e alastrar como diz o grande músico Criolo, para que muitos e muitas passem a conhecer Itamar Assumpção nosso Beleléu.

Paulo Gonçalo

paulogoncalo@uol.com.br

LILIAN JARDIM PASSEIA PELAS BOCAS SONORAS D’ALMA.


          Se o Brasil é o país das cantoras, raras são as compositoras atuantes em nossa música, a alma feminina vem sendo descrita pelos compositores há muito tempo, e quando elas falam de suas dores, alegrias, tristezas, sonhos nossas vidas ficam sempre mais belas e assim acontece agora comigo a ouvir a cantora e compositora Lilian Jardim que me chegou através de um querido amigo do coração.

          Já há mais de uma década na estrada, além de compositora incrível, é uma cantora de voz marcante, que transmite força com seu canto. Não bastasse isso é uma multi-instrumentista que começa a ser reconhecida no cenário nacional com este seu trabalho intitulado BOCA SONORA.

          Ouvindo sem parar desde que ganhei o CD Boca Sonora, algo me remete a alegria que senti ao ouvir pela primeira vez Ana Carolina anos atrás, suas composições são capazes de levar nos a uma reflexão sobre situações do cotidiano que raramente paramos para pensar, isso de maneira leve e pulsante.

          Fiquei imaginando algumas canções de Lilian Jardim na voz de outras interpretes de nossa música popular e fazer esse exercício foi e é muito bom, certamente muitas de nossas grandes interpretes dariam uma oxigenada em seu repertório se gravassem composições de Lilian.

          Para quem como eu é um paulistano da gema ela lava nossas almas ao compor e interpretar carinhosamente a canção: “Em Sampa tem samba”, essa cidade mãe da diversidade nacional há muito não é tão lindamente cantada, agora é a ultima faixa do CD um bônus que o arrepio toma conta do corpo e a imagem de Clara Nunes ecooa dentro do ouvinte da canção “Extravasando na canção” arranjos, voz e clima remetem ao trabalho de Clara Guerreira e ai a homenagem se dá ao meu ver é claro, de maneira pura, suave e bela.

          O CD é item indispensável para quem quer estar em dia com o que há de melhor em nossa música, assim como Lilian Jardim e sua Boca Sonora me chegou, desejo que o Brasil inteiro tenha essa alegria que a mim foi dada por um querido amigo fã de boa música.

Paulo Gonçalo
Historiador

paulogoncalo@uol.com.br