domingo, 22 de novembro de 2009

COMO É BOM OUVIR ALINE CALIXTO .


Nada melhor do que ouvir a maravilhosa voz de Aline Calixto entoando versos e reversos de canções que alegram a alma de todos que amam a música brasileira, como Milton Nascimento, Aline é nascida no Rio de Janeiro mais criada em Minas Gerais, pronto nada mais é preciso falar, afinal o Brasil é isso a MoMA de litoral e interior.

A voz melódica, sensual, aveludada e sobretudo cativante de Aline consegue nos paralisar para dedicar atenção plena ao sons que emite quando abre a bela boca que emite sinais de que estamos de fato diante de uma grande DIVA da MPB.

Impossível não lembrar de Clara Nunes, mas só de clara?? Não, não, é impossível não lembrar de Marisa Monte compositora de suas belas canção, Aline é assim também compões e são três a canções que estão registradas neste belo CD que tem apenas seu nome no titulo “Aline Calixto” lançado pela Warner Musica no primeiro semestre de 2009, é bom prestar atenção ans composições de Aline neste trabalho: “ Cara de Jiló”, “Você ou eu” e “O dragão da maldade contra o santo guerreiro”.

Delicoso é ouvi-la na terceira canção do CD intitulada “Enfeitiçado” de Affonsinho que diz mais ou menos assim: ... Uma colher de amor purinho / Um burburinho da manhã / Três dedos de leite quentinho / Um céu gigante, uma avelã ... só mesmo ouvindo para poder compreender a alegria que é ouvir Aline Calixto.

O grande Edu Krieger esta rpesente neste primeiro trabalho com duas composições: “ Uma só Vez” que encerra o CD dizendo: ... Quando a tristeza chegar, já fui / Não quero nem saber de dor / Tristeza em meu cantar, não flui / Se o pranto me chamar, não vou ... e “Saber Ganhar” quinta canção deste trabalho que sabiamente diz: ... Se você perde / Na humildade se apresenta / E de novo você tenta / Sem vaidade e sem rancor ...

Agora é de encher os olhos de lágrima a interpretação de “Oxossi” de Roque Ferreira que em seus versos nos trás forte no peito a saudade de Clara Nunes, só mesmo Aline Calixto para fazer esta saudade tornar-se menos doída.
.. Oxossi, filho de Iemanjá / Divindade do clã de Ogum / É Ibualama, é Inlé / Que Oxum levou pro rio / E nasceu Logunedé! / Sua natureza é da lua / Na lua Oxossi é Ode / Odé-Odé, Odé-Odé / Rei de Keto /Caboclo da mata Odé-Odé...




Paulo Gonçalo dos Santos
Historiador / Pesquisador de MPB
paulogoncalo@uol.com.br
Revisão Afetiva: André Menezes

O ROMÂNTICO FABIO JR EM PLENA FORMA .


Devo confessar que minha admiração por Fabio Jr sempre foi dirigida a sua verve de ator. Desde que o vi em “Ciranda Cirandinha” achei que estava diante de um dos grandes destaques do mundo das artes dramáticas, tal impressão só fez confirmar em sua atuação majestosa no filme “Bye Bye Brasil”.

Enfim, como príncipes transformam-se em sapos, assim como vice e versa, deixei Fabio Jr. virar sapo em meu acervo musical nas ultimas décadas, nunca dando importância a seus trabalhos e sempre achando que o pais perderá para a mesmice um grande talento na dramaturgia nacional.

Em 1998, quando assisti na TV um especial intitulado “Fabio Jr e Elas’, hoje meio picotado e disponível em DVD, pus-me a pensar o quanto este artista era respeitado no universo musical, afinal pelo programa de TV desfilaram de Angela Maria a Simone, de Elba Ramalho a Fernanda Takai e de Wanderléa a Zélia Duncan, isso sem falar em Joanna, Fafá, Sandra de Sá e Paula Toller, ou seja, 11 anos antes do Rei Roberto Carlos fazer o seu “Elas Cantam Roberto” Fabio Jr já tinha feito o seu.

Depois disso deixei novamente esquecido em meu acervo este artista, quando há tempos atrás ouvi a noticia de que tal especial de TV sairia em DVD voltei a pensar na carreira de Fabio Jr, quando adquiri o tal DVD fiquei surpreso que as convidadas daquele programa foram reduzidas a metade, mas de qualquer forma estava registrada para sempre um momento especial na carreira de Fabio Jr.

Mas definitivamente, hoje ao ouvir algumas vezes e sem vergonha de falar para os amigos queridos o Cd “Romântico”, lançado por Fabio Jr pela gravadora Sony Music, digo que o Brasil deve ser orgulhoso de ter um cantor desta categoria. Neste trabalho, Fabio Jr. consegue dar vida nova a muitas canções já desgastadas pelo tempo. Vejam bem, inclusive ele consegue enfim dar a interpretação definitiva a canção “É o Amor”, aquela mesma que Zezé de Camargo e Luciano lançaram para o Brasil, e que Maria Bethânia insisti em incluir em seu repertório.

Que burro fui eu que abandonei por décadas a carreira deste que, certamente, é o maior interprete da canção brasileira de sua geração. Fabio Jr é nosso último grande ROMANTICO.




Paulo Gonçalo dos Santos
Historiador / Pesquisador de MPB
paulogoncalo@uol.com.br
Revisão Afetiva: André Menezes

VIVA JÔ SOARES E SEU HUMOR ENGAJADO.


Tenho assistido repetidas vezes a bela caixinha lançada pela Globo Marcas com episódios do programa “Viva o Gordo”, humorístico transmitido as segundas feiras pela Rede Globo de Televisão, que tinha Jô Soares como seu protagonista vivendo vários personagens que deixaram saudades.

O cuidado com a embalagem é visível do “Viva o Gordo” é o bom gosto extremado, assim como parece ser Jô Soares que há anos trocou os humorísticos da TV por um dos mais respeitados programa de entrevistas que nossa TV já teve noticia. Certamente, existe hoje toda uma geração que não conhece Jô Soares como humorista, mas como entrevistador competente e brincalhão. A caixinha de lata onde estão acomodados dois DVDs é muito charmosa.

Logo após alguns minutos assistindo ao primeiro DVD tive a impressão de que estava diante de um material extremamente datado. Logo percebi que a grande importância da chegada deste material ao público é o fato de estar mesmo datado. Afinal, num pais sem memórias é mesmo necessário re-lembrar re- memorar sempre todos os fatos que marcaram nossa gente.

Podemos rever personagens como “O Reizinho”, “Capitão Gay”, “Bo Francineide”, e tantos outros. Através dos esquetes do programa podemos ir percebendo os momentos políticos que o pais atravessava, ou melhor, nada passava despercebido pela equipe de roteiristas. Toda a fase de transição da época da ditadura militar para o período democrático que vivemos até hoje, está ali retratada, é incrível como algumas situações até hoje não mudaram.

O programa ficou no ar por quase 10 anos (1981 – 1987), e podemos ver a abertura e o encerramento de cada um dos anos, grande sacada da Globo Marcas.

E alguns dos atores que hoje enchem a telinha em novelas, filmes, estão lá em inicio de carreira, como Claudia Raia, Claudia Gimenez, Angela Vieira, Louise Cardoso, Pedro Paulo Rangel, entre outros tantos. Sem dizer no prazer indescritível de rever, Walter D’ávila, Francisco Milani, Célia Biar... Grandes artistas que a meninada de hoje se quer chegou a conhecer. Só por essas lembranças já vale dizer “VIVA O GORDO”!



Paulo Gonçalo dos Santos
Historiador / Pesquisador de MPB
paulogoncalo@uol.com.br
Revisão Afetiva: André Menezes

terça-feira, 10 de novembro de 2009

O BEIJO QUE NEY MOTOGROSSO ROUBA DOS OUVINTES.


Ouço em meus indefectíveis fones de ouvido ” ... parece me dizer / Que a noite envelheceu / Que é hora de lembrar / E de chorar ...” na voz de Ney Matogrosso, música que há muitos anos atrás tocava na rádio AM na voz de Ângela Maria e tinha uma áurea de ‘cafonisse’ Hoje ela me soa completamente contemporânea e na voz de Ney simplesmente soberana.

A próxima canção chama-se: “De cigarro em Cigarro” estrondoso sucesso na voz de Nora Ney - para quem não conhece esta cantora é bom saber que sem ela o cenário musical brasileiro, não teria Maria Bethânia e Simone, cantoras de vozes graves e encorpadas, Nora Ney foi a primeira e fora sua voz grave, era uma comunista declarada. A canção diz assim: “... Vivo só sem você / Que não posso esquecer / Um momento sequer / Vivo pobre de amor / À espera de alguém ...” brilhante escolha de Ney.

A proxima canção é uma das traduções mais populares e belas de nosso cancioneiro popular, nada mais nada menos que “Fascinação”, sim, aquela que tornou-se classico na voz de Elis Regina que entoava “... os sonhos mais lindos sonhei ...”, como se falasse ao pé do ouvido de cada um de seus ouvintes, e o que poderia parecer uma escolha menor, torna-se mais uma delicia.

Estas canções estão no CD intitulado “Beijo Bandido”, lançado há algumas semanas pela gravadora EMI, que além de contar com um repertorio e a voz impecaveis de Ney Matogrosso tem uma produção grafica caprichada que faz com que o amante da boa música se deslumbre, a capa é de uma ousadia única. Só mesmo possivel para uma estrela como Ney. Alias, acho mesmo que o Brasil é privilegiado por ter um artista tão completo.

Após o arrebatador “Inclassificaveis”, Ney Matogrosso presenteia seus inumeros fãs com um trabalho de qualidade indiscritivel. A escolha do repertorio é fascinante, passeia por várias decadas, garantindo uma unidade que poucos artistas conseguem imprimir em seus trabalhos.

Beijo Bandido certamente será transformado em DVD, assim como todos os outros trabalhos de Ney, e aí mais uma vez será impossível não sonhar com muitos beijos bandidos dados por Ney Matogrosso em nossas faces.


Paulo Gonçalo dos Santos
Historiador / Pesquisador de MPB
paulogoncalo@uol.com.br
Revisão Afetiva: André Menezes

NÁ OZZETTI EMPRESTA SUA DOCE VOZ A CARMEN MIRANDA.


“... Adeus meu pandeiro do samba / tamborim de bamba / já é de madrugada...” É com esta canção de Sylval Silva qeu a cantora de voz límpida e bela fecha seu tributo ao centenário da mais completa artista que nosso Brasil um dia criou : Carmen Miranda.

Carmen Miranda, a portuguesa mais brasileira de que se tem noticia, nunca teve homenagem a sua altura até o lançamento do CD “Balangandãs” mela MCD no primeiro semestre deste ano.

Várias são as homenagens que tem sido produzida à Carmen, até mesmo a graciosa Roberta Sá tem percorrido o Brasil com show muito bem cuidado, mas é neste CD (que aparentemente não teria nada para dar liga) que a obra de Carmen Miranda renasce para os ouvidos sensíveis a boa música.

A princípio, podemos nos questionar quanto ao que poderia juntar a “The Brazilian Bomb – Shell” dos anos 40 a uma das cantoras ícones da chamada Vanguarda Paulista dos anos 80? A resposta é curta : Música boa!

Pois é, Carmen Miranda teve o privilégio de construir uma carreira musical repleta de clássicos que foram muitas vezes feitos para sua voz e para sua interpretação, e a delicadeza com que Ná revive em arranjos arrojados criados por Dante Ozzetti, Mario Manga e outros, que valorizam ainda mais o repertório clássico da primeira DIVA internacional produzida por nosso Brasil.

Gravado em estúdio em janeiro de 2009, o trabalho traz novos arranjos e interpretações para clássicos da canção popular brasileira, de Assis Valente ("Camisa Listada", "Recenseamento"), Synval Silva ("Adeus Batucada", "Ao Voltar do Samba"), Ary Barroso ("Na Batucada da Vida"), Dorival Caymmi ("A Preta do Acarajé") e Braguinha ("Touradas em Madri"), entre outros.

Ao mergulhar no universo musical de Carmen Miranda, a cantora Ná Ozzetti firma seu lugar no cenário musical nacional, como uma das mais felizes cantoras de nossa música. Salve Carmen Miranda, Salve Ná Ozzetti ambas DIVAS num Brasil que acostumou-se a render-se a suas grandes estrelas.


Paulo Gonçalo dos Santos
Historiador / Pesquisador de MPB
paulogoncalo@uol.com.br
Revisão Afetiva: André Menezes

O TEMPO DELICIOSAMENTE QUENTE DE MARINA MACHADO.


Que tal iniciar o dia ouvindo numa bela voz feminina vinda lá das Minas Gerais? Numa canção que diz assim: “...Sol na cabeça num dia de frio / O tempo frio num dia de sol / A juventude escorrendo nas veias / Inevitável é estar com sol / Na esperança de que um dia tudo mude pra melhor ... “, só saberá a alegria que isso causa ao coração os que se prontificarem a ouvir Marina Machado e seu CD: “Tempo Quente” , lançado em 2008 pela EMI.

Durante muito tempo atravessei a cidade para chegar ao trabalho em 2008 ouvindo a voz de Marina Machado e posso afirmar que se Minas Gerais existia dentro de mim, hoje ela existe com muito mais força. Minha geração que cresceu considerando Milton Nascimento como sendo a voz masculina do Brasil, tem que descobrir, assim como Milton o fez, as qualidades desta cantora tão feliz.

Este é o primeiro trabalho de Marina Machado por uma uma grande gravadora, ela tem alguns outros CDs muito interessantes sempre com a presença marcante do músico Flavio Henrique, mas a possibilidade deste trabalho surgiu após Marina acompanhar pelo mundo participando também do DVD de Milton Nascimento chamado “Pietá”.

O CD conta com a participação de Milton Nascimento, Seu Jorge e Samuel Rosa, o que apenas serve para realçar mais ainda o talento desta que considero a mais completa cantora da nova geração que desponta nesta primeira decada do século XXI que vai chegando ao fim.

Pensando naquele tributo feito pelas cantoras da MPB ao rei Roberto Carlos, certamente os idealizadores e diretores do show não ouviram a gravação de Marina Machado para a quase desconhecida “Grilos” que, em duo com Samuel Rosa, cantam “...Sei que o mundo pesa / Muitos quilos / Não me leve a mal / Se eu lhe pedir / Para cortar os grilos / Guardar os grilos ...” ao ouvir a canção a vontade é de sair por ai cantarolando feliz a melodia... Que pena que os idealizadores de grandes projetos sejam tão caretas e covardes.

Ouvir Marina Machado faz bem pra alma e tras a certeza infinda de que nossa música e nossas cantoras são de fato as melhores do mundo.


Paulo Gonçalo dos Santos
Historiador / Pesquisador de MPB
paulogoncalo@uol.com.br
Revisão Afetiva: André Menezes

ISABELA NÃO QUER SEU CORAÇÃO BATENDO DEVAGAR.


Isabela Taviana já confessou publicamente sofrer influências em sua formação, que vai de Maria Callas, Bethânia, Simone a Gal Costa, e já reverenciou em seus shows, DVDs e CDs suas Divas, o que torna sua potente voz e sua forte presença de palco ainda mais recheada de legitimidade.

A gravadora Universal lança o mais recente CD de Isabela, intitulado: “Meu Coração Não Quer Viver Batendo Devagar”, com a voz muito parecida com a de Ana Carolina, mas com uma história muito mais antiga e uma vivencia pelos bares da vida do que a colega que pertence ao casting da outra gravadora. Isabela tinha tudo para estar ocupando o lugar que Ana ocupa hoje.

Certamente o cenário musical nacional tem lugar para as duas, e as comparações nunca fizeram parte de meu pensamento em relação à boa música, mas tanto Ana quanto Isabela lançaram trabalhos bem aquém de seus trabalhos anteriores, o que não deixa de ser lamentável.

O CD de Isabela Taviani é muito gostoso de ouvir, mas a grande impressão que fica ao termino do CD é de que estamos ouvindo canções que não entraram no “Diga Sim” que foi seu ultimo trabalho, e que tornou-se já um clássico de nossa canção.

Ouvir Isabela cantar é um prazer único, sua voz é aveludada e faz muito bem aos ouvidos, e como cantora que tem atitude ela sempre consegue nos laçar e levar para junto de si como poucas outras cantoras conseguem fazer com ouvintes e fãs, mas confesso que espero avidamente pelo DVD, que espero vir logo.

O CD trás as participações de Toni Platão na canção “Um Vendaval” composição da própria Isabela que diz assim: “... Quanto sentimento pode um coração / calar? / Quanta solidão pode suportar? / Quando a minha vida vai deixar de se arriscar? ...”. Já com Zélia Duncan, canta: “Depois da Chuva” parceira dela com a propria Zélia e Jorge Vercilo.
E “Arranjo”, composição de sua autoria.

Bem, gosto muito de Isabela e não deixo de ouvi-la um dia se quer, portanto nada como terminar citando a composição dela com Zélia e Jorge “... Fecho os olhos pra cantar / Deixar meus passos nesse chão / Suave a noite / Leva a voz e o coração / Melodias leves de alcançar ...’”



Paulo Gonçalo dos Santos
Historiador / Pesquisador de MPB
paulogoncalo@uol.com.br
Revisão Afetiva: André Menezes

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

ELAS CANTAM ROBERTO CARLOS.


Como o especial transmitido pela Rede Globo de Televisão foi picotado, o show em homenagem ao Rei Roberto Carlos, gravado no Teatro Municipal de São Paulo no primeiro semestre deste ano, foi objeto de imensa curiosidade para aqueles que não tiveram o privilégio de estar lá. E nos fãs incondicionais das DIVAs de nossa MPB, contamos os dias até o lançamento do DVD.

Pois bem! Esse dia chegou, e em minhas mãos encontra-se o tão esperado DVD. Vi e revi algumas vezes desde sua chegada, confesso que o final do show me encheu os olhos de lágrimas, não sei explicar ao certo o porque. Mas deve ter sido por ver tantas mulheres incríveis tornarem-se menininhas novamente diante da possibilidade de dividir o vocal com Roberto Carlos. Estava estampado no rosto de cada uma o sonho de menina realizando-se.

Mas confesso que dos 22 números musicais que encontramos no DVD lançado pela Sony Music, nem metade deles me comoveu ou tocou meu coração. Sim, por que apesar de não figurar entre meus cantores prediletos da MPB, as canções de Roberto sempre tocaram meu coração, principalmente as feitas em parceria com Éramos Carlos e, sobretudo, estas cantadas por nossas DIVAs.

Muito embora muitas das cantoras convidadas não figurem em meu rol de DIVAS, respeito e conheço o trabalho de cada uma que estiveram no palco do teatro Municipal de São Paulo.

É bom avisar aos leitores que o DVD está picotado! Alguns números não entraram, como o de DANIELA MECURY em duo com WANDERLÉA na canção “Esqueça”, e o segundo numero de IVETE SANGALO, sem falar na canção “É Preciso Saber Viver”, cantada por todas as DIVAs e o Rei, portanto não temos o show na integra, o que á é uma pena (e um desrespeito aos fãs, também.).

Tocaram me profundamente as participações (em ordem) de ZIZI POSSI e LUIZA POSSI e a interpretação em italiano da canção que levou Roberto Carlos a vencer o Festival de San Remo, ALCIONE e sua versão (pelos bares da vida...) de “Sua Estupidez.”, a alegria sempre estonteante de Daniela Mercury em “Se Você Pensa.”, WANDERLEA entoando a que talvez seja a mais bela canção que Roberto Carlos tenha feito para um amor seu “Você Vai Ser Meu Escândalo.”. Bonito também fez a serena ROSEMARY, ao entoar “Nossa Canção.”, ADRIANA CALCANHOTO esteve perfeita em “Do Fundo do Meu Coração.”, NANA CAYMMI sempre DIVA em “Não se Esqueça de Mim”, ANA CAROLINA magistral em “Força Estranha.” e a de fato DIVA de todas as artes “MARILIA PERA”, plena em “120... 150... 200 km por Hora”, simplesmente arrepiante!

Bem, os outros números, para mim, são totalmente desnecessários e é ai que lamentamos profundamente a falta de: Maria Bethânia, Gal Costa, Simone, Marisa Monte, Zélia Duncan, Fernanda Takai, Rita Lee, Jussara Silveira, Beth Carvalho... Nomes que certamente tornariam esta bela idéia no que de mais genial já haveria sido feito em matéria de homenagens ao Rei da canção popular brasileira. Outro? Só daqui a 50 anos, ou quem sabe no próximo especial de final de ano.


Paulo Gonçalo dos Santos
Historiador / Pesquisador de MPB
paulogoncalo@uol.com.br
Revisão Afetiva: André Menezes

BENITO DE PAULA: DO JEITO QUE A VIDA QUER.


Chegou a pouquíssimo tempo nas lojas o primeiro DVD de um dos mais populares compositores das décadas de 70 e 80, ninguém menos que “Benito de Paula”, precursor do intitulado (de modo pejorativo) pela considerada elite do samba carioca “samba-jóia”. Este trabalho trás uma síntese do que foi realizado pelo compositor, que andava um tanto esquecido da grande mídia.

Certamente, Benito de Paula nunca foi esquecido pelo publico. Prova disso é notar a participação in loco de sua fiel platéia, que entoa com entusiasmo todas as letras das canções do compositor feitas em seu período áureo. Veja bem: TODAS as músicas!

Confesso que minha memória afetiva musical da infância carrega a canção “Charlie Brown” por onde caminho nestes mais de 40 anos de vida de amante do cancioneiro deste nosso Brasil. Não sei se por que associei sempre ao personagem de desenho animado, ou se porque a melodia de fato cola em nossos ouvidos para nunca mais soltar,

Senti falta de pelo menos uma canção de Benito de Paula que há alguns anos atrás ouvi Maria Bethânia cantá-la em seu show “Tempo, Tempo, Tempo, Tempo”, em que comemorava seus quarenta anos de carreira. Fui impulsionado a adquirir um cd de Benito de Paula, que trás dois LPs remasterizados e que por meses não saiu de meu aparelho de som.

Já ia me esquecendo de dizer qual era essa canção: “Vai Ficar na Saudade”, linda canção que foi esquecida pelo autor neste DVD, que acertadamente a gravadora EMI faz chegar até os fãs ávidos por ter e ver Benito de Paula.

A grata surpresa se faz com a apresentação de seu filho, Rodrigo Velozo, que se mostra um exímio pianista e bom cantor ao entoar a canção “Beleza que é Você, Mulher”. Emocionante!

Com visual extravagante (cenário todo vermelho), Benito de Paula mostra a todos nos, amante da boa música, que o Brasil carece muito de novos compositores que sejam capazes de produzirem canções populares que venham a tornar-se atemporais, como as que ele um dia compôs.




Paulo Gonçalo dos Santos
Historiador / Pesquisador de MPB
paulogoncalo@uol.com.br
Revisão afetiva: André Menezes