segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

O BELO CORAÇÃO VAGABUNDO DE CAETANO VELOSO


Amores antigos e verdadeiros nunca deixam de reascender dentro do peito, principalmente quando passamos dos 40 anos e um certo ar saudosista começa a se instalar feito posseiro dentro de nossos corações, o amor por Caetano Veloso e sua arte é assim.

Eu e meu menino saímos num sábado quente de dezembro a passear pela Av. Paulista, aqui em São Paulo, atrás de comprar os presentes de Natal que ele me pedira: livros, DVDs e alguns jogos para seu Nitendo DS, após a caminhada e o almoço chegamos a nossa livraria predileta.

Algumas horas caminhando dentro da livraria e pronto todos os presentinhos comprados. Estávamos na fila para pagar as compras, quando vejo numa estante repleta de DVDs, o filme documentário: “Coração Vagabundo”, em uma capa com acabamento lindo e acima, em vermelho, escrito “Edição de Colecionador”. Já havia ouvido falar do filme e visto alguns de seus trechos em canais de TV por ocasião de alguma mostra de cinema ao longo do ano.

O coração disparou e logo lembrei que andava de mal de Caetano Veloso já há alguns anos, mas o amor que se guarda numa das saletas da alma gritou mais alto e pedi ao Gustavo para apanhar na estante aquele DVD onde em vermelho líamos “Coração Vagabundo”. Foi assim que Caetano, nesta tarde de sol, voltou a habitar minha vida e minha casa.

Alguns dias depois de chegar em minha casa o DVD, o mesmo rodou para deleite meu e de meu amor, assisti a tudo encantado, já o amor que é de outra geração perdeu algumas partes, com a impaciência que lhe é peculiar diante da telinha. E eu não terminei de assistir, ainda com os olhos marejados de lágrimas.

Depois assisti ao pocket show (maravilhoso!) no segundo DVD, de fato somos um país sortudo mesmo, afinal ter Caetano Veloso produzindo há tanto tempo é privilégio de poucos, mundo afora, só para se ter uma vaga idéia das emoções que o filme trás, temos nele depoimentos de Almodóvar e de Michelangelo Antonioni (maior cineasta italiano vivo). Que alegria reencontrar este amor.

E desde este reencontro amoroso uma canção de Caetano não me sai da cabeça, e me faz refletir sobre minha vida seguidamente:

Luz fria, seus cabelos têm tristeza de néon
Belezas, dores e alegrias passam sem um som
Eu vejo o homem velho rindo numa curva do caminho de Hebron
E ao seu olhar tudo que é cor muda de tom ...



Paulo Gonçalo dos Santos
Historiador / Pesquisador de MPB
paulogoncalo@uol.com.br
Revisão Afetiva: André Menezes

2 comentários:

clovis disse...

Eu gostei mesmo da estória da sobremesa de feijão no templo budista. A cara desconcertada do Cae foi ótima. Pena que ele insiste nas suas declarações públicas sobre política. A do lula foi de matar..Até a Dona Canô entrou no meio...

Paulo Gonçalo disse...

Querido Clóvis

Para mim o momento mais marcante e hilário foi o lance da ex mulher dele não deixar o telefone de Gisele hehehehehhe brigadu por ler estes escritos. Meu carinho pra ti.