sábado, 26 de dezembro de 2009

WILSON SIMONAL, EM DVD, LIVRO E TRIBUTO.










Quando eu tinha quatro anos de idade chegou até minha casa o boneco MUG, que foi divulgado pela mídia até então como amuleto de sorte para o ano novo que se iniciaria (1967), e o garoto propaganda do simpático boneco, recheado de palha, era o maior cantor daquele período, ou seja: Wilson Simonal.
Em casa não tínhamos televisão e por mais ou menos 10 anos minha mãe me levava aos sábados ou domingos à casa de uma tia que morava duas ruas à frente, em nosso bairro, para assistirmos alguns programas de TV.
E me lembro perfeitamente de ver algumas apresentações de Wilson Simonal na TV Record cantando musicas como: “Meu limão, Meu Limoeiro” e “Mamãe Passou Açúcar em Mim”. Era um som que entrava pelos ouvidos e dava uma vontade danada de sacudir o corpo, mas naquele momento, eu estava mesmo era interessado na série de TV chamada: “Perdidos no Espaço”, que acompanhava sempre que podia ir até a casa de minha tia.
O tempo passou e me tornei um ardoroso fã da MPB e no final dos anos 70 iniciei uma militância política - coisa que todo jovem, que neste período estava em Universidades pelo pais afora, fizeram. E foi neste período que tornei a ouvir falar de Wilson Simonal, mas não como o grande ídolo que foi da MPB, e sim como alguém que estava ao lado do governo militar que tanto detestávamos.
O tempo passou... O Brasil retomou a democracia e já nos anos noventa comprei uma caixinha com três CDs de Wilson Simonal que a gravadora EMI lançou. Deliciei-me ao ouvi-lo... Rememorei os sabores e cheiros daquelas tardes de sábados e domingos que visitava minha tia.
Neste mesmo período, a TV Record ainda sob o comando da família Machado de Carvalho, colocou no ar nas tardes de domingo um programa chamado “Arquivo Record” e neste período pude rever aquelas apresentações e também gravá-las para o meu acervo de vídeos da MPB.
Agora em 2009 me deparo com vários produtos que tentam jogar luz sobre a vida e a obra deste primeiro ídolo negro de nossa canção. Temos o DVD “Simonal – Ninguém Sabe o Duro que Dei”, idéia do Casseta Claudio Manoel. O excelente livro: “Nem Vem Que Não Tem – A Vida e o Veneno de Wilson Simonal” de Ricardo Alexandre e o DVD Tributo organizado pelos filhos Simoninha e Max de Castro que reuniu vários nomes da MPB para reinterpretar as canções do pai.
Para uns pais que nem sempre usa sua memória cultural, este momento Wilson Simonal é prelúdio de que algo esta mudando em nosso Brasil, e quanto a Wilson Simonal, certamente sua mamãe passou muito açúcar nele!



Paulo Gonçalo dos Santos
Historiador / Pesquisador de MPB
paulogoncalo@uol.com.br
Revisão Afetiva: André Menezes

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