sábado, 3 de abril de 2010

O TEATRO NA PALMA DA MÃO DE FLAVIO RANGEL



Documentário lançado pela gravadora Biscoito Fino trás de forma cronológica a vida e obra de um dos maiores “homens das artes” que o Brasil já teve. Através de depoimento de amigos e parentes que compõem sua magnífica trajetória no universo cultural brasileiro, sentimos a cintilante presença de Flávio Rangel.

A primeira vez que ouvi falar de Flavio Rangel tinha meus 17 anos e andava apaixonado pela música popular brasileira, no Colégio em que cursava o ultimo ano, do que hoje chamam de Ensino Médio. Tive professores que nos apresentaram à Vinicius de Moraes, Chico Buarque de Holanda, Gonzaguinha, Caetano Veloso, Gilberto Gil e tantos outros, e eu havia escolhido meu ídolo: a cantora Simone, e foi vendo uma entrevista dela para a TV que fui apresentado a Flavio Rangel.

A importância dos ídolos para nossa formação sócio-cultural-afetiva é única, e até meados dos anos 80 era possível encontrar vários ídolos no cenário cultural brasileiro que nos trouxesse uma gama de informações, conceitos e personalidades que fariam a diferença em nossa formação como cidadão consciente de nosso papel. E eu fui presenteado, pois meus ídolos ajudaram a me compreender e a ler o mundo de forma aberta e inclusiva.

Flavio Rangel dirigiu a cantora Simone de 1079 até 1986, fase áurea desta grande interprete da MPB e eu estive em todos esses shows, apreciando cada detalhe da iluminação, da marcação de palco, e também pude apreciar seu talento assistindo de “Piaf” com Bibi Ferreira, à “Cyrano de Berjerac”, com Antonio Fagundes e “O Santo Inquérito”.

Ao assistir o documentário uma saudade de um tempo que parece tão próximo invadiu minha alma, e através de cada fala ia relembrando momentos de vivencias culturais enormes pelas quais passei e que as vezes ficam escondidas numa das gavetinhas que a memória teima em fazer-nos esquecer.

Foi Flavio Rangel que propôs a Simone incluir num de seus shows a canção “Caminhando - Pra não dizer que não falei das Flores” em seu repertório, e foi através da audição desta canção em 1979 que me tornei fã de Simone. Que bom que Flavio Rangel existiu e ainda é tão presente no cenário cultural do Brasil, afinal “... quem sabe faz a hora não espera acontecer ... “ Salve Flavio Rangel!

Paulo Gonçalo dos Santos
Historiador / Pesquisador de MPB
paulogoncalo@uol.com.br
Andre L. M. Menezes
Revisão Afetiva

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