sábado, 25 de dezembro de 2010

ELIEZER SETTON A VOZ QUE REDESCOBRE O BRASIL











Os brasileiros de minha geração aprenderam de maneira sofrida que cantar os símbolos de nosso Brasil era algo extremamente ligado ao ufanismo propagado pelos defensores do período mais triste de nossa história recente que perdurou 30 anos e nos deixou sob o comando dos militares e sob inúmeras proibições e perseguições.

Para nós é impossível não lembrar este período onde gênios de nossa música como Caetano Veloso e Gilberto Gil foram expulsos do país e que Chico Buarque buscou voluntariamente o exílio, e fizemos muita pirraça na praça e depois de três décadas retomamos o caminho da liberdade.

Desde então tem sido difícil reincorporar o prazer por ouvir nossos hinos, admirar nosso escudo, nossas cores e vimos aos poucos rompendo (não sem dor) com este sentimento que nos afastou de nossos símbolos nacionais. Um primeiro movimento tem sido desde a redemocratização do Brasil e a incorporação das palmas ao final dos cantos coletivos do hino nacional. Isso nos parece uma forma de desforra.

Mas ao chegar aos ouvidos o doce trabalho de um cantor, ou melhor, de um menestrel do nordeste brasileiro chamado Eliezer Setton no formato CD chamado “Hinos à Paisana”, feito sob apoio do SESC Alagoas, algo brotou dentro do peito e tornou-se impossível ouvir este cd repleto de nossos hinos ufanistas sem nos emocionar e acompanhá-los a plenos pulmões.

Eliezzer Setton dá cor, brilho e devolve-nos a alegria de sermos brasileiros e podermos desfrutar de tantos belos hinos. Os ritmos que ele agrega aos hinos são os nossos mais queridos por toda nossa gente, sua voz forte de homem nordestinos nos toca a alma e faz com que passemos a redescobrir o amor que temos pelo Brasil.

Salve este menestrel das alagoas que redescobre o Brasil e arrasta atrás de seu canto uma multidão louca de vontade de gritar bem alta para o mundo todo ouvir o quanto amamos nosso Brasil.



Paulo Gonçalo dos Santos
Historiador / Pesquisador de MPB
paulogoncalo@uol.com.br

Andre L. M. Menezes
Revisão Afetiva

2 comentários:

Eliezer disse...

Se Papai Noel existe?
Claro que existe! Nunca duvidei disso, mesmo que eu ache que ele seja um funcionário temporário a serviço de Papai-do-Céu, no rush do fim-de-ano.
Claro que eu prefiro o mandacaru ao pinheiro e veja nos Reis Magos três vaqueiros aboiando Sertão.
Claro que eu quero o Natal o ano inteiro, com fartura e verdadeiro, pleno de paz aos bons de coração.
Claro que eu penso que o amor e o bom senso hão de reinar pra gente ser feliz.
Claro que eu amo o meu País!
E foi amando e cantando o meu País que eu botei meu sapatinho na janela do quintal.
Aí veio Paulo Gonçalo, pra mim Paulo Noel, postar, me emocionando, meu presente de Natal.

Anônimo disse...

Ter orgulho do Brasil e da gente vai além de qualquer canto hinário. Que absurdo esse.