segunda-feira, 21 de março de 2011

DULCE PONTES E OS CAMINHOS DO MEU CORAÇÃO LUSO BRASILEIRO





Nunca atravessei o Atlântico, mas mora dentro de mim o sonho de um dia andar pelas ruas de Lisboa, do Porto, de Coimbra, de Penhiche e de tantos outros lugares de Portugal e sentir o vento tocar minha face trazendo os sabores, os sons e as cores desta terra que vive em mim de forma tão intensa.

Tenho alguns irmãos e irmãs portugueses que já me deram uma linda sobrinha que acompanho desde o nascimento do lado de cá do Atlântico. Essa é uma das possibilidades maravilhosas que o mundo virtual nos trás, e já choramos e nos felicitamos ao longo destes anos através da internet.

E Dulce Pontes me chegou assim em 1996 através do CD “Caminhos”, que pousou aqui em casa através das mãos de um irmão português que há muito não tenho noticias. A voz de Dulce Pontes imediatamente me remeteu as histórias musicais que meu pai sempre me contou. Ele é fã ardoroso de Amália Rodrigues.

Não tive a oportunidade de ver Amália Rodrigues apresentar se aqui no Brasil. Meu pai esteve e me contou o quanto ela era uma cantora incrível, e ao ouvir Dulce Pontes imediatamente pensei: “ encontrei minha Amália Rodrigues”.

E assim foi o CD “Caminhos” que traz em cada uma das canções o coração de Dulce Pontes até cada um de seus ouvintes. É impressionante como as interpretações desta cantora portuguesa são viscerais, e poucas são no mundo cantoras com tamanha competência.

Um pouco mais a frente, já acompanhando a carreira de Dulce Pontes, descobri num dos Programas da série “Atlântico” idealizado por outra cantora portuguesa que gosto muito Eugenia Mello e Castro, que Dulce Pontes nutria admiração pela mesma cantora brasileira que eu. Coincidência impar na vida de um fã, o que só me deixou ainda mais apaixonado por esta que considero ser uma Diva da canção portuguesa.

Acompanho aqui de longe minha “sobrinha do coração”, a Martinha, filha da querida Catarina Bernardes, crescer em Portugal e torço para que ela seja uma amante de Dulce Pontes assim como de Amália Rodrigues e que ela saibas que o tio aqui do Brasil tem metade do coração tomado pelas vozes dos cantores e cantoras portugueses, afinal, minha memória afetiva tem seu inicio além mar.

Fiquei falando, falando e não disse que este CD “Caminhos” é item obrigatório nas casas de brasileiros e portugueses que amam a boa música.



Paulo Gonçalo dos Santos
Historiador / Pesquisador de MPB
paulogoncalo@uol.com.br
Andre L. M. Menezes
Revisão Afetiva

Um comentário:

Lúcia Bezerra de Paiva disse...

Vi seu blog sendo seguido por meu amigo André Menezes (A França para os Brasileiros) e daqui, Da Cadeirinha de Arruar,(meu blog)logo deduzi que Nem as Paredes Confesso era, de alguma forma, sobre Portugal. Conheci o Fado através de Amália e passei a ser fã da música lusitana.
Já atravessei o Atlântico e, em Lisboa e Porto assisti a alguns fadistas.
Tenho uu CD de Dulce Pontes, preciso ter mais. É belíssima a sua voz...lembra Amália.
Tenho CD de Francisco José, que vinha muito ao Brasil e minha mãe adorava....a primeira vez que ouvi Nem às paredes confesso, foi com sua voz..linda!

Saudações lusitanas, Paulo