sábado, 11 de outubro de 2008

AS ÁGUAS DE MARIA BETHÂNIA.

A Rainha acaba de lançar de uma só vez dois CDs vendidos separadamente sendo um pelo selo Quitanda que é seu e outro pela gravadora Biscoito Fino, nestes dois trabalho Bethânia nos conta de forma erudita sua compreensão sobre as águas salgadas e as águas doces que banham sua vida desde sempre. Obviamente não aprece nada difícil recolher canções de fale de nossos rios e de nossos mares afinal todo o Brasil é repleto de veios d’águas e temos o Atlântico a nos banhar por toda nossa extensão territorial, afinal o Brasil é um pais de águas doce e salgada.
Mas fazer essa escolha de maneira acertada e vigorosa só mesmo Maria Bethânia, que com toda sua dignidade e sabedoria monta um painel maravilhoso que mergulha desde Portugal e emerge no recôncavo baiano onde nasceu e criou-se.
O disco nos remete ao canto triste português bem como nos leva ao universo alegre e brejeiro de Dorival Caymmi sem cair na vulgaridade nem mesmo na obviedade. NO CD das águas doce Bethânia nos apresenta a poetiza portuguesa Sophia de Mello Breyner que tem pinçado pela Rainha de seus escritos trechos que enchem a alma de todo ouvinte que dizem mais ou menos assim: ... as suas asas empresta A tempestade Quando os leões do mar rugem nas grutasS obre os abismos passa e vai em frente ... quando declama este poema a Rainha emenda a canção de Paulo César Pinheiro intitulada “A dona do raio e do vento” nada mais apropriadamente sábio. O show deste repertorio certamente deve resultar em um DVD que deve repetir a singeleza de Brasileirinho, pois o recolhimento de canções de domínio publico, as homenagens aos santos católicos e às entidades da natureza são presentes e nos dão verdadeira aula de cultura brasileira proporcionando-nos momentos de rara beleza musical. A capa do CD que fala das águas salgada intitulado “Pirata” é de uma beleza arrebatadora ela reproduz um bordado primitivo que toca a alma de todo apreciador de obras de arte e todo o tratamento gráfico deste CD é repleto de singelezas encantadoras o repertorio é todo montado com as sonoridades que calam profundo n’alma e aqui devemos ressaltar a importância da participação de seu maestro Jaime Além e do percursionista Nana Vasconcelos que conseguem criar climas distintos para as águas que sempre se encontram principalmente na voz da Abelha Rainha.
Salve Bethânia!

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