sábado, 1 de novembro de 2008

CARTOLA E A VOZ DE LENY ANDRADE .





Em novembro de 2006 pela primeira vez assisti a um show de Leny Andrade em um novo espaço cultural na Cidade de São Paulo e acompanhada ao piano, por Gilson Peranzetta.

O espetáculo foi baseado em dois grandes discos da cantora os: Leny interpreta Cartola e Luz Negra - Nelson Cavaquinho por Leny, ambos da gravadora Velas e ainda encontrados com certa facilidade.

Leny Andrade é daquelas preciosidades que deve nos orgulhar sempre e muito, canta com perfeição e nunca se rendeu aos caprichos da indústria fonográfica, tem trânsito livre em todo o meio jazzistico americanos e é respeitada por todos os grandes cantores e compositores de nosso cancioneiro.

Quando ela se pões a interpretar esses dois mestres, é impossível que não nos emocionemos, é fantástica, cada interpretação nos remete aos universos únicos.

Agora nada é mais emocionante do que ouví-la contar a história do surgimento de cada uma das canções, torna-se impossível não termos a vontade de ouvir inúmeras vezes cada interpretação. Esses compositores negros e pobres dos anos dourados do cancioneiro popular viveram muito tempo de vossas vidas à margem.

Ao ouvi-la interpretar a canção do grande Cartola – O mundo é um moinho, acompanhada de um histórico sobre a criação da mesma, percebemos o quão atual este poeta maior é.

A canção narra uma conversa entre pai e filha adolescente que esta prestes a bater asas por causa de um primeiro e enlouquecedor amor, a construção desta conversa remete para o grande problema que todos os pais encontram quando se deparam com estas situações em suas casas, sejam elas de classe média, sejam elas na população mais desprovida de condições.

Vale a pena apreciar a bela letra desta canção, mas com a condição de ouvi-la a seguir e de preferência na voz de Leny Andrade.

O mundo é um moinho
Ainda é cedo amor, mal começaste a conhecer a vida, já anuncias a hora da partida, sem saber mesmo o rumo que irás tomar.
Presta atenção querida, embora eu saiba que estás resolvida, em cada esquina cai um pouco a tua vida, em pouco tempo não serás mais o que és.
Ouça-me bem amor, preste atenção, o mundo é um moinho, vai triturar teus sonhos tão mesquinhos, vai reduzir as ilusões à pó.
Presta atenção querida, de cada amor tu herdarás só o cinismo, quando notares estás a beira do abismo, abismo que cavaste com teus pés.
Ainda é cedo amor, mal começaste a conhecer a vida, já anuncias a hora de partida, sem saber mesmo o rumo que irás tomar.
Presta atenção querida, embora eu saiba que estás resolvida, em cada esquina cai um pouco a tua vida, e em pouco tempo não serás mais o que és.
Ouça me bem amor, presta atenção o mundo é um moinho, vai triturar teus sonhos tão mesquinhos, vai reduzir as ilusões a pó.
Presta atenção querida, de cada amor tu herdarás só o cinismo, quando notares estás a beira do abismo, abismo que cavaste com teus pés.

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