domingo, 4 de outubro de 2009

“...CANTEI, CANTEI... JAMAIS CANTEI TÃO LINDO ASSIM!”


Na última segunda feira de setembro do corrente ano, fui assistir ao show de Cauby Peixoto na companhia de queridos (as) amigos, aqueles que formam a família que podemos escolher nesta vida. Certamente foi uma das melhores noites dos últimos anos, com direito a emoção, felicidade e picos de êxtase.

Cauby Peixoto é de fato o Rei da Canção Popular brasileira, desde sua entrada na casa que o abriga desde 2004 (Bar Brahma – Choperia com quase 100 anos na cidade de São Paulo), digamos... TRIUNFAL! Passando pelo exuberante figurino que vestia e pela platéia cheia de fãs de várias idades (uma delas Dona Maricotinha, festejando ali seus 80 anos de vida) e chegando na voz, que quando se ouvi, faz o corpo inteiro ser tomado pela alegria e o agradecimento de se ter nascido brasileiro.

Sim porque só o Brasil tem Cauby Peixoto! Ídolo incontestável desde os anos 50, portanto, a mais de 4 décadas ele é considerado por todos os outros artistas o “professor” pela magnífica voz.

E é sobre esta voz que por tanto anos tocou aqui em casa nas rádios e na voz de meu pai que quero falar. Tenho ao longo dos últimos 30 anos assistido a inúmeros shows e tornado minha paixão pela MPB o ar que respiro diariamente, e confesso que nunca antes uma voz tinha feito tamanho efeito em mim.

A emissão das notas, o timbre aveludado, a tranqüilidade com que a boca se abre emite o som são de fato únicas. A impressão que tive durante alguns momentos do show era de que Cauby estava sentado num sofá de sua casa conversando tranquilamente com amigos. Assim, num clima intimista e aconchegante. Coisa de calor humano, mesmo.

Nesta noite não faltaram clássicos como “Conceição”, “Begin to Begin”, “Blue Gardênia”, “Ninguém é de Ninguém”, mais clássicos em francês e em italiano, e a maior de todas as canções que lhe fora dada como presente por Chico Buarque no inicio de 1980: “Bastidores”.

E como diz esta bela canção de Chico Buarque nesta noite como tantos homens brasileiros ao longo das ultimas quatro décadas: bêbado e febril rasguei meu coração para amar plenamente Cauby Peixoto.


Paulo Gonçalo dos Santos
Historiador / Pesquisador de MPB
paulogoncalo@uol.com.br
Andre L. M. Menezes
Revisão Afetiva

Um comentário:

Américo Teixeira Jr. disse...

Belíssimo comentário e totalmente condizente com o talento único de Cauby Peixoto.

Abração e parabéns!