segunda-feira, 5 de outubro de 2009

O CORDEL DA BANDA LARGA DE GILBERTO GIL.

Gilberto Gil, em minha opinião, é o maior compositor vivo do Brasil. Há muito não se dedicava à carreira devido ao oficio que assumiu junto ao governo do presidente Lula, onde permaneceu por anos como Ministro da Cultura. Diga-se de passagem, que nenhum pais no mundo contou com tamanho nome a frente de um Ministério. Privilégio nosso.

Mas neste tempo dedicado a política, a carreira de Gilberto Gil acabou ficando em segundo plano, o que entristeceu bastante a todos nós fãs da boa música produzida por ele.

Mas em 2008 Gilberto Gil retoma a carreira através de seu próprio selo musical chamado Geléia Geral, e lança um CD impecável com 16 canções intitulado “Banda Larga Cordel”. De todas as canções somente uma não é de autoria de Gil, trata-se da obra prima “Formosa” parceira de Vinicius de Moraes e Baden Powell.

Todas as outras 15 canções são composições do próprio Gil. Este trabalho agora em 2009 já teve seu registro feito para virar um DVD que certamente será fabuloso. Teve a gravação feita em São Paulo e contou com as participações do filho de Gilberto Gil Bem e da cantora Maria Rita.

O belo CD com composições novas de Gilberto Gil é muito dançante e alegre, possibilitando-nos reencontrar aquela alegria primeira que Gil deixou na MPB desde “Aquele Abraço” e retomada nos anos 80 com “Palco” e consagrada em “Refazenda”.

Compositor de mão cheia, é um prazer ouvir e ler Gilberto Gil. O passar dos anos só me fez ter a certeza que a leveza de Gilberto Gil o difere, sobretudo de Caetano Veloso, pois Gil não tenta o tempo inteiro colocar-se como senhor absoluto da verdade e da razão como seu companheiro o faz sistematicamente nas ultimas décadas, o que tornou sua atmosfera artística cansativa.

Gil, ao contrario, se mostra alegre e prova que alegria e leveza são fundamentais para a perpetuação da genialidade que este compositor trás dentro de si.

O CD é aberto pela canção “Despedida de Solteira” forró pé- de- serra que se torna irresistível na voz de Gil, que nos leva com delicadeza pelo universo de um casamento entre duas garotas sem que perceber estamos instalados numa festa GLS nos divertindo muito. Só mesmo o criador de “Super Homem, A Canção” para trazer leveza à vida de quem nem sempre é alegre.


Paulo Gonçalo dos Santos
Historiador / Pesquisador de MPB
paulogoncalo@uol.com.br
Andre L. M. Menezes
Revisão Afetiva

Um comentário:

clovisgau disse...

Pra mim o grande momento do cd é quando ele canta " não tenho medo da morte mas medo de morrer sim..." Pram mim desde "quanta" eu não ouvia nada tão bom vindo de Gil.