domingo, 21 de março de 2010

NEY MATOGROSSO: O “TIPO” PREFERIDO DO BRASIL.



* Item de Colecionador*

O ano era 1979 (final de década) e o cantor Ney Matogrosso mostrava ao Brasil com o LP “Seu Tipo” o que ele faria nos palcos e discos na década que estava dando sinais de um nascimento precoce.

O Titulo do LP foi retirado da canção do mesmo nome composta por Luis Goes e Eduardo Dusek que diz assim “ ... me diz que sou seu tipo / me diz amor que eu acredito ... e mais adiante ... a barra anda pesada/ não quero anda/ só uma confirmação ...” era o amor rasgado que tomaria conta de várias canções que marcaram a década de 80.

A segunda canção deste trabalho é uma “cacetada”, nos melhores moldes das canções de “Fossa” de Maysa e Waleska: “Dor Medonha” canção inspirada da então jovem compositora carioca Fatima Guedes arrancava lágrimas com os versos que falam assim “ ...triste do amor que acaba/ do jeito que o nosso acabou / triste do amor que termina com o mesmo mal-estar / e deixa no rosto uma saudade sem vergonha ...”

E daí em diante as canções vão num crescente, após separações doídas eis o ser humano se recuperando e voltando a procurar o amor pelo mundo, esta é a tônica de todo este trabalho que se tornou “Cult” dentro da bela trajetória discográfica de Ney Matogrosso.

Em ordem aparecem no LP “Seu Tipo” as canções: “Ultimo Drama” (Mauro Kwiko), “Ardente” (Joyce), “Encantado” versão primoroso de Caetano Veloso que diz assim “... era um rapaz/ estranho e encantador rapaz/ ouvi que andará a viajar...” a própria tradução do era e é Ney Matogrosso para o imaginário musical e afetivo de nosso povo.

Um clássico de Tom Jobim e Vinicius de Moraes esta presente “Falando de Amor”, e a atualíssima para época composição de Alberto Ribeiro “Cachorro Vira-lata”, as compositoras e amigas de Ney, Luli e Lucina contribuíram com a canção “Me Rói”... Já cansei de mentir só por causa do tom ... dizem os versos da canção.

Encerrando este trabalho primoroso encontramos “Trapaça”, composição de Herman Torres e Salgado Maranhão e o clássico do grupo Secos e Molhados que desvelou Ney Matogrosso para o cenário musical “Tem Gente com Fome” de João Ricardo e o poeta Solano Trindade e como diz a canção que encerra este disco “...tem gente com fome / tem gente com fome / tem gente com fome ...” e a já então consagrada “Rosa de Hiroshima” de Gerson Conrad e Vinicius de Moraes em versão arrepiante que tornou definitivamente Ney Matogrosso nosso “TIPO” predileto.



Paulo Gonçalo dos Santos
Historiador / Pesquisador de MPB
paulogoncalo@uol.com.br
Andre L. M. Menezes
Revisão Afetiva

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