terça-feira, 25 de janeiro de 2011

UMA DAMA DE VERMELHO NAS NOITES DA MÚSICA BRASILEIRA.





















“... Ah! O amor muda tanto... parece que o encanto, o cotidiano desfaz ..”. é assim que Maria de Fátima Palha de Figueiredo abre o CD, que leva seu nome, e foi lançado no ano 2000 pela antiga gravadora WEA. Quem é ela? A mais querida dama de nossa canção: Fafá de Belém.

Em uma produção luxuosa com encarte belissimo a cantora inicio os anos 2000 com um CD caprichadissimo que deu origem a um especial do canal a cabo Multishow e que nunca foi comercializado (mas que deveria). De cores fortes, as canções traçam o perfil desta paraense que viveu durante muito tempo entre Brasil e Portugal.

Fafá de Belém, que iniciou a carreira nos anos 70 com uma força espetacular e atravessou os anos 80 como musa dos movimentos que clamavam pela volta da democracia para nosso pais tão calejado e que nos anos 90 flertou despudoradamente com a musica sertaneja popular e com os modismos da lambada, chega as portas do século XXI requintada neste CD que merece estar sempre por perto para não se parar de ouvir.

Lembro me de primeiro ver o especial do canal de tv e depois comprar o CD e quase furei a midia de tanto que ouvia, uma das canções era um classico de um cantor considerado o supra sumo do brega nos anos 70 e que em casa era muito ouvido quando eu era um garotinho perdido entre as histórias que mamãe contava sobre as cantoras e papai cantarolava todo domingo... qual a canção? Qual o cantor??

“... Hoje que a noite está calma e que minh’alma esperava por ti, apareceste afinal torturando este ser que te adora ..”. TORTURAS DE AMOR é a canção e o cantor e compositor Waldick Soriano - que recentemente foi içado por Patricia Pillar e revelado a todo o Brasil num belissimo documentário produzido pela atriz.

O CD conta com inúmeros classicos da canção brasileira e seus grandes compositores: os antigos e os mais novos, sendo esse o caso de Lenine que tem sua bela canção “A Medida da Paixão”, gravada por esta dama que sempre impressiona por sua força e sua garra.

Há duas semanas assisti a um show de Fafá de Belém aqui na cidade de São Paulo, no belissimo Auditório Ibirapuera projetado por Oscar Nieymaier todo branco e vermelho, até agora a voz poderosa de Fafá de Belém ecoa em meus ouvidos e em minha vida. Ela comemorava 35 anos de carreira e a nós só cabe venerar esta DAMA DA CANÇÃO BRASILEIRA que tem a cor da paixão cravada na garganta.



Paulo Gonçalo dos Santos
Historiador / Pesquisador de MPB
paulogoncalo@uol.com.br
Andre L. M. Menezes
Revisão Afetiva

Nenhum comentário: