sexta-feira, 19 de setembro de 2008

BRASIL: UM PAÍS AFRO-DESCENDENTE E DE VOZ FEMININA

Desde que a escrava negra ninou o senhorzinho com seu canto-lamento trazido das terras africanas, a formação de nosso povo tem a voz feminina como a mais pura tradução de seu cancioneiro popular.
Inúmeras são as cantoras que por séculos acalantam e acariciam o povo brasileiro, desde que a negra escrava com seu canto - lamento nos ensinou a apreciar a sonoridade vinda da alma feminina que, ao longo dos séculos, foram decalcando em nossos inconscientes a paixão pôr elas.
È impossível não lembrar do 20 de novembro, data que todo nosso povo deveria reverenciar e o feriado, deveria ser nacional, nos provoca a lembrança das grandes damas afro-descendentes de nosso cancioneiro popular.
Dona Clementina de Jesus, a mais pura tradução do canto-lamento, redescoberta já ao final da vida pelo pesquisador Herminio Bello de Carvalho fez história. A primeira dama da Bossa Nova, Alaide Costa, cantora e compositora de mão cheia com parcerias entre outras com Vinícius de Moraes (pouco fala-se até hoje da importância de Alaide Costa para a Bossa Nova) insistimos em associar a Bossa Nova aos brancos de classe média de um Rio de Janeiro que vivia seu apogeu.
Como esquecer de Carmem Costa, a dama das damas, ainda em forma implorando para ser tombada como patrimônio histórico com toda a razão que o cantor popular Elymar Santos não deixa cair em esquecimento acabando de convidá-la para a gravação de seu mais recente DVD a se lançado em 2006.
E a dama da resistência Zezé Motta, audaciosa, escancarou a sensualidade negra para as grandes platéias do cinema nacional e mundial, e não deixou-se vender às grandes gravadoras que a queriam cantando sambas. Pagou um preço alto, mas tem uma obra sólida e requintada, permitindo-a seguir com a cabeça erguida entre as Prima Donas vivas da Canção Popular como Maria Bethânia, Gal Costa e Simone. Como não lembrar do brilho impar de Zezé num antigo especial da TV Globo chamado "Mulher 80’, onde era a única mulher negra a participar.
E temos ainda Sandra de Sá, a dama de swing para lá de contagiante, passando por novos nomes como: Luciana Mello, que bem poderia ter tido todo o aparato de mídia que Maria Rita tem para divulgar seu canto e Leila Maria, uma dama no naipe de Shirley Horn e Nina Simone, que pouquíssimos conhecem e lançou este ano um Cd maravilhoso chamado "Off Key".
E as damas do samba: Alcione (a Marrom), que toca como ninguém em todas as rádios, sendo sinônimo de sucesso há anos. Leci Brandão, síntese do canto de protesto contra a discriminação da mulher negra, sempre lutadora e engajada. Jovelina Pérola Negra e Dona Ivone Lara, esta última, há mais de 80 anos compondo e cantando e, pasmem, nunca conseguiu viver só de seu canto, trabalhou uma vida inteira como enfermeira até aposentar-se.
Novo século e, aquele canto lamento da negra escrava que embalava o sinhozinho, se recria e reconstrói nas belas vozes de Negra Li, Tati Quebra Barraco, e numa Vanessa da Matta, que sintetiza a mistura de raças que transformam o canto de nosso povo em poesia.
E, para terminar, como esquecer o canto da Sapoti (Ângela Maria), negra que foi rainha do rádio numa época onde se escondia sob uma maquiagem carregada que a deixava branca. Ângela Maria nunca percebeu-se como a Primeira Dama Afro-descendente de nossa canção, mas em "Vida de Bailarina" (canção de Américo Seixas e Chocolate), prova que o Brasil é um país de alma e voz femininas e afro-descendente em essência, mesmo que muitos finjam não perceber.
Desde que a escrava negra ninou o senhorzinho com seu canto-lamento trazido das terras africanas, a formação de nosso povo tem a voz feminina como a mais pura tradução de seu cancioneiro popular.
Inúmeras são as cantoras que por séculos acalantam e acariciam o povo brasileiro, desde que a negra escrava com seu canto - lamento nos ensinou a apreciar a sonoridade vinda da alma feminina que, ao longo dos séculos, foram decalcando em nossos inconscientes a paixão pôr elas.
È impossível não lembrar do 20 de novembro, data que todo nosso povo deveria reverenciar e o feriado, deveria ser nacional, nos provoca a lembrança das grandes damas afro-descendentes de nosso cancioneiro popular.
Dona Clementina de Jesus, a mais pura tradução do canto-lamento, redescoberta já ao final da vida pelo pesquisador Herminio Bello de Carvalho fez história. A primeira dama da Bossa Nova, Alaide Costa, cantora e compositora de mão cheia com parcerias entre outras com Vinícius de Moraes (pouco fala-se até hoje da importância de Alaide Costa para a Bossa Nova) insistimos em associar a Bossa Nova aos brancos de classe média de um Rio de Janeiro que vivia seu apogeu.
Como esquecer de Carmem Costa, a dama das damas, ainda em forma implorando para ser tombada como patrimônio histórico com toda a razão que o cantor popular Elymar Santos não deixa cair em esquecimento acabando de convidá-la para a gravação de seu mais recente DVD a se lançado em 2006.
E a dama da resistência Zezé Motta, audaciosa, escancarou a sensualidade negra para as grandes platéias do cinema nacional e mundial, e não deixou-se vender às grandes gravadoras que a queriam cantando sambas. Pagou um preço alto, mas tem uma obra sólida e requintada, permitindo-a seguir com a cabeça erguida entre as Prima Donas vivas da Canção Popular como Maria Bethânia, Gal Costa e Simone. Como não lembrar do brilho impar de Zezé num antigo especial da TV Globo chamado "Mulher 80’, onde era a única mulher negra a participar.
E temos ainda Sandra de Sá, a dama de swing para lá de contagiante, passando por novos nomes como: Luciana Mello, que bem poderia ter tido todo o aparato de mídia que Maria Rita tem para divulgar seu canto e Leila Maria, uma dama no naipe de Shirley Horn e Nina Simone, que pouquíssimos conhecem e lançou este ano um Cd maravilhoso chamado "Off Key".
E as damas do samba: Alcione (a Marrom), que toca como ninguém em todas as rádios, sendo sinônimo de sucesso há anos. Leci Brandão, síntese do canto de protesto contra a discriminação da mulher negra, sempre lutadora e engajada. Jovelina Pérola Negra e Dona Ivone Lara, esta última, há mais de 80 anos compondo e cantando e, pasmem, nunca conseguiu viver só de seu canto, trabalhou uma vida inteira como enfermeira até aposentar-se.
Novo século e, aquele canto lamento da negra escrava que embalava o sinhozinho, se recria e reconstrói nas belas vozes de Negra Li, Tati Quebra Barraco, e numa Vanessa da Matta, que sintetiza a mistura de raças que transformam o canto de nosso povo em poesia.
E, para terminar, como esquecer o canto da Sapoti (Ângela Maria), negra que foi rainha do rádio numa época onde se escondia sob uma maquiagem carregada que a deixava branca. Ângela Maria nunca percebeu-se como a Primeira Dama Afro-descendente de nossa canção, mas em "Vida de Bailarina" (canção de Américo Seixas e Chocolate), prova que o Brasil é um país de alma e voz femininas e afro-descendente em essência, mesmo que muitos finjam não perceber.

Um comentário:

Anônimo disse...

Angela Maria não ficava disfarçada em branca atrás de uma maquiagem. Angela Maria é uma brasileira mestiça, filha de português com negro, não pode ser considerada uma diva afro, mas sim a maior representante da música popular brasileira, música branca, preta, qualquer que seja. Angela é a maior cantora deste Brasil que é sempre mestiço.