sábado, 2 de maio de 2009

BRASIL E CUBA: CERTAS CANÇÕES!


Maria Bethânia há muito tempo vem realizando trabalho único em nossa música brasileira. Desde que libertou-se das amarras de grandes gravadoras vem produzindo obras primas onde mergulha em universos como o interior do Brasil, os mares do mundo, e agora na relação afetivo musical existente entre Brasil e Cuba.

Para que o projeto se realizasse com perfeição é convidada a cantora Omara Portuondo, ex integrante do excepcional grupo cubano “Buena Vista social Club, e cantora respeitada internacionalmente desde os ano 50.

Vinda da Ilha Caribenha, Omara trás o mesmo swing que encontramos há quatro décadas em nossa Bethânia e em sua bahianidade. É impressionante vê-las juntas! Conseguimos até mesmo sentir os aromas de Havana e de Salvador. A força destas duas “deusas vivas” da canção popular do mundo é de uma luminosidade incrível.

Somente ao apreciarmos o canto das duas é que podemos ver o quanto estamos de fato irmanados ao povo cubano. É impressionante o quanto nossos ritmos, nossa religiosidade, nossos traços, as cores fortes e alegres que emolduram nosso nordeste são as mesmas que emolduram esta Ilha que tem em Omara sua voz.

A seleção musical do espetáculo que percorreu parte do Brasil é impecável e o espetáculo é aberto por uma das três canções que retratam a grandeza do show. Estão lá: “Cio da Terra”, “Calix Bento” e “Gente Humilde”, de Vinicius de Moraes, que representa o que há de mais belo na musica brasileira no repertório do show, assim como Chico Buarque de Holanda e Milton Nascimento. Assim sendo o espectador já pode esperar pelo melhor.

Omara solta a voz em canções belíssimas que estão no imaginário de todo povo latino americano, como: “Viente Años”, “Mil Congoja” e “Cubanacan”. É emocionante a participação do filho da cantora que lhe canta uma canção de ninar, arrepiando a todos que tenha um mínimo de sensibilidade.

Também encontramos canções como: “Drumenegrita” e “Dos gardenias” que são verdadeiros marcos na canção Cubana, e Bethânia trás: “A flor da terra” em interpretação magistral.

Ao terminar de assistir o show a vontade que fica é de visitar Havana e de viver em Salvador na Bahia.


Paulo Gonçalo dos Santos
Historiador / Pesquisador de MPB
paulogoncalo@uol.com.br

Andre L. M. Menezes
Revisão Afetiva

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